segunda-feira, 13 de junho de 2011

Notas

Sanções disciplinares triplicaram na saúde em 2010
— Vários gestores de organismos do Ministério da Saúde ignoraram ordem para cortar os seus salários —

Cavaco processa revista Sábado por causa de Sobe e Desce

Ministério da Educação deve apoios à família desde o início do ano lectivo na Grande Lisboa
Público (10/6/2011)

PGR nem quer ouvir falar da sua saída

Os jovens agricultores
— PR alerta em artigo de opinião para o envelhecimento dos agricultores portugueses —
Expresso (10/6/2011)

Julgo que um dos males de que padecemos reside na péssima qualidade das nossas elites económicas e de gestão, independentemente das suas opções político-ideológicas.
De economistas e gestores de bancos a economistas e gestores de empresas públicas e privadas, passando por economistas e gestores de Fundações, de Universidades e, como é o caso noticiado no Público, de Hospitais e Unidades de Saúde, estamos, genericamente, a falar de uma classe pouco fiável. Seja por manifesta incompetência, seja por desonestidade profissional, o facto é que estamos recorrentemente perante situações que demonstram a falta de capacidade de quem tem, a nível económico e/ou de gestão, poder decisório. Das macro às micro decisões há um traço comum: em regra, essas decisões são más ou desonestas — por vezes acumulam, como foi a decisão de ignorarem a ordem para cortar nos seus próprios salários.
O que é igualmente grave é já não nos admirarmos com isto. Como é grave não nos admirarmos, nem nos indignarmos com o facto de serem esses mesmos economistas e esses mesmos gestores quem, normalmente de modo lesto e convicto, sugere e insiste que os vencimentos têm de baixar (os dos outros, claro) e que os despedimentos têm de ser facilitados (os dos outros, evidentemente; que os dos próprios estão salvaguardados por indemnizações milionárias).
Ainda igualmente grave é aceitar-se com naturalidade algo que não tem nada de natural, nem de óbvio: quando uma grande empresa dá lucros, os seus gestores são recompensados com valiosíssimos prémios, mas as centenas ou milhares de profissionais dessa mesma empresa não recebem, na maior parte dos casos, qualquer prémio; todavia, quando uma grande empresa dá prejuízo, os primeiros a serem despedidos são, em regra, os profissionais que já não haviam sido premiados. 
Estas lógicas têm de ser profundamente alteradas e as elites mudadas.

Cavaco Silva processou o director da revista Sábado (revista, por sinal, de fraca qualidade). Processou-o por ter escrito o seguinte: «Tal como Fátima Felgueiras e Isaltino de Morais, Cavaco Silva acha que uma vitória eleitoral elimina todas as dúvidas sobre negócios que surgem nas campanhas.»
Evidentemente que este processo vai dar naquilo que merece: em nada; mas, simultaneamente, este processo dá para ilustrar bem o Presidente da República que temos: um homem sem cultura crítica/democrática que nunca sairá da sua menoridade política.

É esta menoridade política, aliás, que lhe permite defender hoje o desenvolvimento da nossa agricultura com a mesma convicção com que, há vinte e tal anos, defendeu e realizou a sua parcial destruição.