domingo, 27 de abril de 2014

Trechos — Joseph Stiglitz (11)


«O capitalismo moderno tornou-se um jogo complexo, e os que o vencem têm de ter mais do que um pouco de inteligência. Porém, os que vencem costumam também ter menos características admiráveis: a capacidade de contornar a lei, ou de moldar a lei a seu favor, a vontade de tirar vantagem dos outros, até dos mais desfavorecidos, e de jogar sujo quando necessário.»
Joseph E. Stiglitz, O Preço da Desigualdade, Bertrand Editora.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Submissão mental

A poucos dias de serem celebrados os 40 anos do Dia da Liberdade, vêmo-nos numa situação paradoxal: esta comemoração coincide precisamente com o momento da nossa história recente em que há menos liberdade e mais submissão mental. 
A atitude de resignação que hoje experienciamos não tem paralelo nas últimas quatro décadas. A abulia política em que grande parte dos portugueses se encontra atinge contornos únicos e preocupantes. Traça de nós um retrato de fealdade cívica e de inépcia funcional. Não agimos nem reagimos. Aceitamos com docilidade a degradação das nossas vidas e a hipoteca do presente e do futuro. Somos um povo acabrunhado, doentiamente servil e imensamente crédulo. Anestesiamo-nos com o elogio cínico que enaltece a nossa capacidade de sofrimento e a nossa suposta responsabilidade, «qualidades» essenciais para a salvaguarda dos interesses do elogiante. De pena em pena, vamos ostentando um queixume inconsequente ou uma meia alegria insuflada não se sabe bem pelo quê. Prescindimos da liberdade de pensar e de empreender rupturas.
A nossa submissão mental é uma coisa terrível, que contrasta em absoluto com a coragem dos responsáveis pelo 25 de Abril de 1974. Somos devedores dessa coragem e somos maus pagadores. Queremos pagar prontamente, caninamente, humildemente a usura que está na base de parte da dívida designada de soberana, mas não pagamos a enorme dívida de gratidão que temos para com os capitães que derrubaram a ditadura. Pelo contrário, marginalizamo-los e maltratamo-los.
Andamos com os valores invertidos e de cabeça perdida.

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Nacos

    «— Olhem lá — interrogou o César, casualmente, depois de um tossicar a que não foi alheio um certo pó alergénio, misturado com vestígios de bicho-de-prata. — Que destino tencionam os meus amigos dar às suas bibliotecas quando... digamos... quando forem para (considerou os planetas), enfim, Plutão...?
    E, assim como aquela brasa oculta que ronrona entre cinzas e folhedos cansados, e se deixa estar preguiçando até eclodir subitamente num protesto de lume e luz, que destrói a pacatez e traz ao espírito a mecânica das revoluções, do mesmo modo a questão não tinha passado, naqueles três espíritos, de um remoer mental, arrastado e tácito, até rebentar agora num levante de indignação e pânico.
    — A minha filha veio cá outro dia e queria só levar os livros encadernados a vermelho, o Tácito todo que lhe condizia com os cortinados. Recusei, claro, e ela disse que podia esperar.
    — Pois o meu caso é pior: o meu neto Salvador fingiu-se interessado na biblioteca, farejou, farejou e fez perguntas só para me contentar. Depois de ele sair dei pela falta de um D. Quixote, com encadernação em percalina, que eu fui encontrar uma semana depois na feira da ladra, por um preço incomportável.
    Pois os meus filhos vieram aí — indignou-se César — e disseram-me, sem pudor: papá, esta livralhada, temos de dar destino a isto, bem vê.
    — E a minha neta, que me mostrou uma caixinha de plástico preta, do tamanho de uma tablete de chocolate das pequenas, e me disse, a olhar para os meus livros de soslaio: avô, está a ver? Aquilo tudo cabe aqui e ainda sobra espaço...
    Mas Abel já tinha pronto mais um relato, e por ali estiveram a manhã toda a falar nos seus livros, recolhidos durante toda uma vida, com critério, sentindo-se como um bando de leoas a defender os filhotes, ou um grupo de guardas suíços dispostos a morrer nas Tulherias.»
Mário de Carvalho, A Liberdade de Pátio, Porto Editora.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Pensamentos


«Se deseja uma descrição da nossa era, aqui tem uma: a civilização dos meios sem os fins; opulenta em meios para além de qualquer outra época, e quase para além das necessidades humanas, mas esbanjando-os e utilizando-os mal porque não possui nenhum ideal soberano; um vasto corpo com uma alma esquálida.
R. W. Livingstone, in Eduardo Giannetti, O Livro das Citações, Pub. Dom Quixote.

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Trechos — Chrystia Freeland (2)

«Para terem uma ideia do dinheiro que anda a jorrar atualmente à volta daquele a que costumávamos chamar mundo em desenvolvimento, eis uma conversa que tive recentemente com Naguib Sawiris, um ultramilionário das telecomunicações egípcio, cujo império se expandiu do país natal até à Itália e ao Canadá. Sawiris, que apoiou os rebeldes na Praça Tahrir, partilhou comigo (e com uma audiência de um jantar no hotel Four Seasons de Toronto) a sua perplexidade perante os modos vorazes dos autocratas: "Nunca na minha vida compreendi por que razão todos estes ditadores, quando roubam, não se limitam a roubar mil milhões e a gastar o resto com o povo."
Para mim, o que foi interessante foi a sua escolha de mil milhões de dólares como a imperiosa quantia própria do roubo. No seu mundo, interroguei-me, mil milhões de dólares seria o tamanho da fortuna a  almejar?
"Sim, para cobrir os benefícios adicionais, o avião, o barco, é necessário ter mil milhões, disse-me Sawiris. "Ou seja, para mim é o número mínimo a que desço — se quiser descer."»
Chrystia Freeland, Plutocratas, Temas e Debates — Círculo de Leitores.

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Exigência, rigor, competitividade...

Anunciam os jornais que há mais uma licenciatura de um político sob investigação. Desta vez é um deputado socialista, André Figueiredo, ex-adjunto de Sócrates, que há algum tempo foi acusado por um outro socialista de possuir uma falsa licenciatura. O Ministério Público está a averiguar.
O caso não teria interesse algum se se tratasse de uma situação isolada. Mas, desgraçadamente para todos nós, não é assim. Desde Sócrates, que licenciaturas e universidades manhosas estão associadas a políticos e passaram a ser notícia corrente. Parece mesmo existir uma geração de responsáveis governamentais e partidários que foi particularmente atraída pelos caminhos do facilitismo ou, no mínimo, que preferiu os obscuros caminhos de uma espécie de «ensino superior» que de ensino pouco tinha e de superior ainda menos. 
Toda a gente pergunta: por que razão foram tantos os políticos que optaram por ingressar em estabelecimentos do ensino superior privado que não possuíam qualquer referência ou credibilidade que os recomendasse? Por que razão preteriram as universidade públicas que têm sido a sede da melhor e mais competente formação superior que o país possui? Por que razão preferiram pagar propinas muitíssimo mais elevadas nas universidades privadas, se tinham as públicas que lhes proporcionavam poupanças de milhares de euros e qualidade assegurada?
A geração Sócrates/Relvas/Passos é uma geração estranha. Tem um discurso apinhado de termos como «exigência», «rigor», «competitividade», mas tem uma indisfarçável tendência para fugir à verdadeira exigência. Certamente que não é exemplo de rigor realizar provas ao domingo e enviá-las por fax ou exemplo de competitividade obter uma licenciatura prestando provas somente em três ou quatro disciplinas. Evidentemente que uma Universidade como a Independente, que acabou por ser compulsivamente encerrada, não era nem nunca foi sinónimo de exigência, mas Sócrates e Armando Vara optaram por realizar aí as suas licenciaturas. O mesmo se passava com a Universidade Internacional, que também acabou por ser compulsivamente encerrada, mas o deputado André Figueiredo e o actual ministro Mota Soares optaram por realizar lá as suas licenciaturas. Miguel Relvas e o actual secretário de Estado da Administração Escolar, Casanova de Almeida, escolheram fazer as respectivas licenciaturas na Universidade Lusófona, cujos bizarros critérios de exigência foram parar a tribunal, por mão do Ministério Público.  E Passos Coelho e a sua ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, escolheram a Universidade Lusíada por alguma razão objectivamente relacionada com exigência, rigor e competitividade? A actual ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, e o actual secretário-geral do PS, António José Seguro, escolheram, respectivamente, a Universidade Livre e a Universidade Autónoma por motivos ligados a algum daqueles três substantivos?
Lamentavelmente, uma parte significativa dos políticos que nos tem governado na última década foi formada em universidades que ou estão com processos em tribunal ou já foram compulsivamente encerradas (para além das duas acima referidas, também a Universidade Moderna, a que Portas esteve estreitamente ligado, foi obrigada a encerrar) ou possuem um prestígio ainda em fase de confirmação. Isto significa que estes dirigentes, para além de não terem uma formação científica e técnica credível, não possuem legitimidade moral nem política para falar em «exigência», «rigor» ou «competitividade». Na verdade, eles constituem provavelmente, desde há quarenta anos, a geração de políticos com responsabilidades governativas mais mal preparada e com um percurso partidário e profissional menos recomendável. 
Nada disto teria relevância se não fossem eles a «elite» que malfadadamente tem determinado o rumo das nossas vidas.

domingo, 6 de abril de 2014

Trechos — Joseph Stiglitz (10)

«Uma das formas como a elite financeira faz dinheiro é tirando vantagem do seu poder de mercado e poder político para se favorecer, para aumentar os seus rendimentos à custa dos outros.
O setor financeiro desenvolveu competências em várias formas de rent-seeking, acumulando dezenas e dezenas de mil milhões de dólares por ano. Já mencionámos algumas, mas há muito mais: tirar vantagens das assimetrias de informação (vendendo seguros que foram criados para falhar, mas sabendo que os compradores não o sabiam); assumir riscos excessivos com o Estado a fornecer a tábua de salvação, socorrendo-os e assumindo as perdas sempre que seja necessário, o que por sua vez lhes faculta o acesso a empréstimos a juros mais baixos [...]
Contudo, a forma de rent-seeking mais escandalosa — e que mais tem sido aperfeiçoada nos últimos anos — tem sido a capacidade dos responsáveis pelo setor financeiro de tirar vantagem das camadas mais pobres e mal-informadas, uma vez que obtiveram grandes quantidades de dinheiro saqueando estes grupos com empréstimos predatórios e práticas abusivas em cartões de crédito. Uma pessoa pobre pode ter muito pouco, mas existem tantos pobres que um pouco de cada um equivale a muito. Qualquer sentido de justiça social — ou um mínimo de preocupação com uma eficiência geral — faria com que o Governo proibisse estas actividades.»
Joseph E. Stiglitz, O Preço da Desigualdade, Bertrand Editora.

sábado, 5 de abril de 2014

Poemas

VAI-SE O ZODÍACO DE OURO

Vai-se o Zodíaco de ouro
Sobre a planura espectral.
Cochila o bicho Cachorro,
Dorme o pássaro Pardal.
As ondinas, bundalarga,
Voam rectas para o céu —
Braços fortes como varas,
Nabos de peitos sem véu.
Uma bruxa num triângulo
É fumaça e se esvaiu.
Falecidos e silvanas
Dançam cake-walk no cio.
Atrás deles, coro e pálio,
Feiticeiros caçam Mosca.
Sobre a encosta, vulto esquálido,
A lua de cara fosca.

Vai-se o Zodíaco de ouro
Pelos telhados da aldeia.
Cochila o bicho Cachorro,
Peixe-galo cabeceia.
Matraquinha tique-taca,
Dorme o animal Aranha,
Dorme a Mosca, dorme a Vaca,
O luar desemaranha.
Sobre a terra uma gamela
Entornada, jaz, enorme.
Silvano tirou tramela
Das barbas de lobisomem.
Vem a sereia descendo
Da nuvem, perna de fora.
O ogro rói o pudendo
De um gentleman de cartola.
Tudo gira em contradança,
Tudo voa e desconjunta,
Hamadríades de trança,
Pulgas, defuntos, defuntas.

Bacharel de eras passadas,
General dos novos tempos —
Meu bestunto! Estes fantasmas
São delírios sonolentos.
São delírios, desatinos,
Da mente que perde o prumo,
Pesares sem lenitivo,
Figurações do outro mundo.

Vai alta a hora terrestre,
Bestunto, velho guerreiro,
Descansa. Logo amanhece,
O sono é bom companheiro.
Que importam dúvidas? Nada!
Um dia a mais, outro a menos...
Bichos-deuses, meio termo,
Dormindo, despertaremos
No umbral de nova jornada.

Matraquinha tique-taca,
Dorme o animal Aranha,
Dorme a Mosca, dorme a Vaca,
O luar desemaranha.
Sobre a terra uma gamela
Entornada, jaz, enorme...
Dorme a planta Beringela,
Durmo eu e você dorme.

Nikolai Zabolótski
(Trad.: Haroldo Campos, Augusto de Campos e Boris Schnaiderman)

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Deseducação

dias foi noticiado que, nos últimos cinco anos, registou-se em Portugal um decréscimo de 7000 alunos, com mais de 30 anos, inscritos nas licenciaturas. Segundo a notícia, este facto contraria a tendência internacional (que vê o número de alunos desta categoria etária aumentar), e a explicação encontrada assentaria em três causas: a crise, o aumento do horário de trabalho e a desvalorização social do ensino superior.
Sem dúvida que estas três causas são reais e juntas contribuíram para a queda do número de alunos adultos no ensino superior. Todavia, a explicação é insuficiente e está incompleta. 
Na verdade, existe pelo menos uma quarta causa que estranhamente não foi enunciada: a extinção do Ensino Recorrente e a sua substituição pelos cursos EFA, das Novas Oportunidades. Com a extinção do Ensino Recorrente — ensino especialmente vocacionado para dar aos alunos adultos os conhecimentos e as capacidades necessárias para concluírem o 12.º ano e para poderem candidatar-se ao ensino superior — os adultos deixaram de ter ao seu dispor a única via que os preparava para essa candidatura. Ficaram sem alternativa, porque nenhum curso EFA está vocacionado para essa função, não dando, por isso, preparação que vise essa finalidade. À saída de um curso EFA, das Novas Oportunidades, os alunos não estão capacitados para realizar nenhuma prova de acesso ao ensino superior. Na prática, isto significa que os alunos que desejavam realizar essa preparação ficaram reduzidos ao autodidactismo e à prova de acesso para maiores de 23 anos. Sem preparação adequada não há candidatos ao ingresso nas Universidades ou nos Institutos Politécnicos e sem candidatos dá-se obviamente o decréscimo da frequência de estudantes.
O nosso país tem vivido de governantes que se consideram luminárias, em particular no domínio da educação. Ao longo das últimas décadas, muitos destes governantes e daqueles que os circundam julgaram-se/julgam-se possuídos de uma clarividência exclusiva que os autoriza a desprezar e a destruir o que vem de trás e os autoriza a construir, normalmente de forma mal preparada, o que apostam ser o caminho único. Os cursos das Novas Oportunidades, para além da sua deficientíssima estruturação, em nenhuma circunstância poderiam ter surgido como cursos substitutos do Ensino Recorrente. Se, na altura, tivesse existido seriedade política, responsabilidade educativa e menos voluntarismo ideológico, os cursos das Novas Oportunidades teriam sido mais bem pensados e estruturados e teriam aparecido como uma via alternativa ao Ensino Recorrente e não como a via substituta do Ensino Recorrente. A coexistência das duas vias era uma necessidade educativa e social. 
Não foi isso que aconteceu. Diabolizou-se o Ensino Recorrente e transformou-se a iniciativa Novas Oportunidades num obsceno instrumento de aproveitamento e de oportunismo político. Sócrates e Rodrigues foram os responsáveis por esta situação. Milhares de alunos foram manipulados e milhões de portugueses foram enganados.
Curiosamente, quando tomou posse, Crato anunciou que ia investir fortemente na recuperação do Ensino Recorrente. Foi apenas mais uma mentira deste governo. Limitou-se a permitir, no ano passado, a abertura de algumas turmas do 10.º ano, em meia dúzia de escolas. Mas não preparou nem realizou qualquer campanha informativa e reabilitadora daquele ensino, em contraste com as persistentes campanhas de publicitação das Novas Oportunidades, realizadas pelos governos anteriores. Não só se demitiu desta divulgação como, no presente ano lectivo, decidiu recusar a abertura de turmas, ainda que possuíssem o número de alunos legalmente exigido.
Há, portanto, alunos que pretendem estudar, que pretendem valorizar-se e muitos que pretendem preparar-se para os exames de acesso ao ensino superior, e há um Ministério da Educação que os impossibilita desse direito que têm.
Para além da crise, do aumento do horário de trabalho e da desvalorização social do mais elevado nível de ensino, como causas explicativas do desaparecimento de alunos adultos das Universidades e Institutos Politécnicos, temos também, desgraçadamente, a política educativa como causa geradora de processos deseducativos.

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Trechos - Chrystia Freeland (1)

«Holly é elegante, com aspecto mediterrânico que herdou dos avós gregos — feições marcadas, olhos e sobrancelhas escuros, abundante cabelo castanho. Durante uma série de conversas que Holly Peterson e eu tivemos [...] ela explicou-me como o excesso de abundância dos anos recentes mudou o significado de riqueza.
"Neste momento, há imenso dinheiro no Upper East Side!", disse ela. "Muitas pessoas com menos de quarenta anos estão a fazer tipo 20 ou 30 milhões de dólares por ano neste fundos de cobertura, e não sabem o que fazer ao dinheiro". [...] Uma das suas amigas [disse-lhe num] jantar: "Sabes, o problema dos vinte", e ao dizer vinte quer dizer vinte milhões, "é que os vinte são só dez [depois dos impostos]. "E toda a gente na mesa estava a concordar, fazendo que sim com a cabeça."
[...] Mesmo do seu poleiro dourado [Holly vê] que alguma coisa espantosa está a acontecer no cimo da pirâmide económica.
"Se reparar, no filme Wall Street era um fenómeno haver homens com trinta ou quarenta anos a ganhar dois e três milhões por ano e era uma coisa repulsiva. Mas depois veio a era da internete, e depois a globalização, e o dinheiro ficou verdadeiramente uma loucura", contou-me ela.
"Havia pessoas nos trinta e tal anos que, com os fundos de cobertura, e em lugares de topo da Goldman Sachs, estavam a ganhar vinte, trinta, quarenta milhões de dólares por ano. E havia muitos a fazer isto. Começaram a conviver juntos pelo globo como grandes apostadores e as diferenças entre eles e o resto do mundo tornaram-se exponenciais.»
Chrystia Freeland, Plutocratas, Temas e Debates — Círculo de Leitores.