«Uma das formas como a elite financeira faz dinheiro é tirando vantagem do seu poder de mercado e poder político para se favorecer, para aumentar os seus rendimentos à custa dos outros.
O setor financeiro desenvolveu competências em várias formas de rent-seeking, acumulando dezenas e dezenas de mil milhões de dólares por ano. Já mencionámos algumas, mas há muito mais: tirar vantagens das assimetrias de informação (vendendo seguros que foram criados para falhar, mas sabendo que os compradores não o sabiam); assumir riscos excessivos com o Estado a fornecer a tábua de salvação, socorrendo-os e assumindo as perdas sempre que seja necessário, o que por sua vez lhes faculta o acesso a empréstimos a juros mais baixos [...]
Contudo, a forma de rent-seeking mais escandalosa — e que mais tem sido aperfeiçoada nos últimos anos — tem sido a capacidade dos responsáveis pelo setor financeiro de tirar vantagem das camadas mais pobres e mal-informadas, uma vez que obtiveram grandes quantidades de dinheiro saqueando estes grupos com empréstimos predatórios e práticas abusivas em cartões de crédito. Uma pessoa pobre pode ter muito pouco, mas existem tantos pobres que um pouco de cada um equivale a muito. Qualquer sentido de justiça social — ou um mínimo de preocupação com uma eficiência geral — faria com que o Governo proibisse estas actividades.»