Neste momento, partir de férias para fora do país corresponde, grosso modo, a uma partida para o paraíso, seja qual for o destino e seja o que for que se entenda por paraíso.
Sair daqui vale sempre a pena, mesmo que a alma seja pequena. Seja Tui, Verin, Fuentes de Onõro, Badajoz, Ayamonte, Tanger, Ceuta, seja qual for o local, por mais próximo que seja daqui, mas desde que não seja aqui, será sempre um paraíso.
Vá-se a pé ou de bicicleta, ou à boleia; coma-se uma só vez por dia ou dia sim dia não; durma-se na tenda ou ao relento; tome-se banho de dois em dois dias ou uma vez por semana; tudo é preferível a ficar. Ficar faz mal a tudo: à bolsa, à paciência, à sanidade mental.
Este blogue vai de férias, eu aproveito e também vou. Não sei para onde ele vai, mas eu sei para onde vou. Vou até a um dos sítios onde o deserto se encontra com o oceano, isto é, onde o sublime deserto se encontra com o oceano sublime. E onde não há jornais, não há rádios nem televisões, onde não há notícias de Cavacos, nem de Passos, nem de Cratos, nem de deputados que hipotecam a seriedade política. Onde há, sobretudo, areia — areia linda, fina, carinhosa, que se oferece em dunas belas, harmoniosas, majestosas — e água salgada — água que convida a mergulhar e a nadar e a nadar... E onde há muito pouca gente, e a pouca que há é boa, simples e generosa. Vou até ao paraíso.
Todavia, antes de partir, quero agradecer aos leitores deste blogue a gentileza que têm tido, sempre que por aqui passam para espreitar o que por cá se vai dizendo; quero também agradecer a enorme generosidade de alguns comentários; e, acima de tudo, quero desejar que, nestas férias, todos possam ir até ao seu paraíso...
Em Setembro o blogue regressa, e eu também.
Boas férias.