«[Nada]nos devia impedir de compreender a importância do fim moral nos assuntos humanos. Os debates sobre a guerra, o aborto, a eutanásia, a tortura; as discussões sobre a despesa pública com a saúde ou a educação: tudo isto e muito mais é instintivamente formulado em termos que recorrem muito directamente a textos tradicionais religiosos ou filosóficos, mesmo que estes não sejam conhecidos pelos comentadores contemporâneos.
É a distância entre a natureza intrinsecamente ética da tomada de decisões pública e a qualidade utilitária do debate político contemporâneo que explica a falta de confiança na política e nos políticos.»
Tony Judt, Um Tratado Sobre os Nossos Actuais Descontentamentos, p. 171.