quarta-feira, 13 de julho de 2011

Às quartas

MATRICIAL

Na leve espessura destas sílabas
Ouço o ar a passagem do ar
No coração do homem no coração
Da montanha no aroma das estevas
E dos pinheiros ouço o vento a respiração
Uma só respiração que se aproxima
Do silêncio um só pulmão de água
Sem direito nem avesso apenas o ar
Na boca no rumor destas bocas
Lisas como o céu matriciais
Como o vasto céu que não tem
Entrada nem saída apenas aves
As aves tristes o rumor supremo
Desta respiração —


Casimiro de Brito