Tempo e Eternidade: a encruzilhada
«Para [Paul] Tillich a vida eterna não é a vida sem fim na "doce rotina"; é uma vida vivida no Eterno Agora. O problema é que perdemos o contacto com a dimensão eterna; ficamos "separados" dela e caímos no desespero, mas ela continua presente. O truque é tentar alcançar aquela perspectiva transcendental. Agora mesmo!
Para compreender aonde Tillich quer chegar, temos de sair do tempo linear tal como o vivemos, o género de tempo do "antes e depois", do "então, até sábado" em que pensamos normalmente. Em vez disso, temos de tentar levar o nosso cérebro a pensar na ideia de Tempo em si — o tempo como dimensão, o tempo como princípio organizador. Em busca de ajuda, recorremos uma vez mais ao filósofo contemporâneo Allen Stewart Königsberg, ou, como é conhecido por todos excepto pela mãe, Woody Allen. Diz Königsberg: "O tempo é a forma que a natureza encontrou para evitar que tudo aconteça em simultâneo."
[...] Não é frequente termos a probabilidade de citar o filósofo analítico Ludwig Joseph Johann Wittgenstein juntamente com Woody Allen e Paul Tillich, mas parece-nos que esta será uma boa ocasião. Na sua obra fundamental, o Tractatus Logico-Philosophicus, L. J. J. W. diz "Se considerarmos a eternidade não como uma duração temporal infinita mas como intemporalidade, então a vida eterna pertence a quem vive no presente." [...]
Em termos psicológicos e espirituais, pode ser problemático entrar em contacto com o Eterno Agora. Temos tendência quer para viver no passado quer para antecipar o futuro e acabamos por nunca conseguir estar aqui agora. [...]
Isto suscita uma das questões mais eternas da filosofia: A experiência da duração do tempo depende de quem a vive [...]?
Um tipo vai a conduzir o seu carro estrada fora e vê um agricultor a erguer um porco sob uma macieira. Sempre que o agricultor levanta o porco, o animal morde uma maçã. O tipo que vai no carro pára e pergunta o que se passa.
— Estou a dar de comer ao meu porco.
— Não pouparia muito tempo se abanasse a árvore e deixasse o porco comer as maçãs do chão? — pergunta o homem do carro.
Responde o agricultor:
— O que é o tempo para um porco?»
Para compreender aonde Tillich quer chegar, temos de sair do tempo linear tal como o vivemos, o género de tempo do "antes e depois", do "então, até sábado" em que pensamos normalmente. Em vez disso, temos de tentar levar o nosso cérebro a pensar na ideia de Tempo em si — o tempo como dimensão, o tempo como princípio organizador. Em busca de ajuda, recorremos uma vez mais ao filósofo contemporâneo Allen Stewart Königsberg, ou, como é conhecido por todos excepto pela mãe, Woody Allen. Diz Königsberg: "O tempo é a forma que a natureza encontrou para evitar que tudo aconteça em simultâneo."
[...] Não é frequente termos a probabilidade de citar o filósofo analítico Ludwig Joseph Johann Wittgenstein juntamente com Woody Allen e Paul Tillich, mas parece-nos que esta será uma boa ocasião. Na sua obra fundamental, o Tractatus Logico-Philosophicus, L. J. J. W. diz "Se considerarmos a eternidade não como uma duração temporal infinita mas como intemporalidade, então a vida eterna pertence a quem vive no presente." [...]
Em termos psicológicos e espirituais, pode ser problemático entrar em contacto com o Eterno Agora. Temos tendência quer para viver no passado quer para antecipar o futuro e acabamos por nunca conseguir estar aqui agora. [...]
Isto suscita uma das questões mais eternas da filosofia: A experiência da duração do tempo depende de quem a vive [...]?
Um tipo vai a conduzir o seu carro estrada fora e vê um agricultor a erguer um porco sob uma macieira. Sempre que o agricultor levanta o porco, o animal morde uma maçã. O tipo que vai no carro pára e pergunta o que se passa.
— Estou a dar de comer ao meu porco.
— Não pouparia muito tempo se abanasse a árvore e deixasse o porco comer as maçãs do chão? — pergunta o homem do carro.
Responde o agricultor:
— O que é o tempo para um porco?»
Thomas Cathcart, Daniel Klein, Heidegger e um Hipopótamo Chegam às Portas do Paraíso, pp.96-100.