Numa Sala Antiga
Paredes antigas e vermelhas,
velho aroma estranho de carvalho,
canção mole de aranha fiandeira,
pó, e dos objectos sobe o cheiro;
nas mesas todas, muita comida,
muitas taças e vinho dourado,
sobe-desce de linhas de fumo.
Um silêncio cansado e estranho
após o almoço na sala antiga.
Um silêncio defunto e estranho,
madeira podre um verme mastiga.
Fora o vento de outono retumba
nos olmeiros, em negros ramos nus:
um silêncio nublado e estranho
em que uma mosca casmurra zumbe,
zumbe, zumbe...
e morre nos caixilhos soturnos.
Gustav Krklec
(Trad.: Aleksandar Jovanovic)