Alma, Corpo e Reencarnações
«Vamos esclarecer o que é a alma [...] A antiguidade grega é boa para começar. Aparentemente, aqueles tipos de toga tinham muito tempo para reflectir sobre coisas como a alma. (Quem fazia o jantar enquanto os tipos puxavam pela mioleira é uma questão para a ética feminista.) Os gregos eram dualistas: eles pensavam que a alma e o corpo eram dois seres completamente diferentes. Um dos primeiro filósofos gregos, Tales de Mileto, considerava que a alma era simplesmente a força que move o corpo. Comentou perspicazmente que uma das grandes diferenças entre um corpo morto e um corpo vivo é que o primeiro não se mexe, pelo menos numa superfície plana. Ipso facto, alguma coisa deve abandonar o corpo quando este morre — como, por exemplo, o motor. Outros filósofos pré-socráticos repararam que os mortos parecem já não saber nada e acrescentaram o conhecimento às funções da alma. No entanto, outros constataram que os mortos também parecem não ver nem ouvir e acrescentaram a função de aprender pelos sentidos.
Mas foi Platão que organizou um retrato abrangente da alma. Ele afirmou que a alma é composta por três partes: a Razão, o Espírito (ou a Vontade) e os Apetites. A Razão é a parte mais elevada, a parte que consegue estar em comunhão com as Ideias ou Formas eternas como a Beleza, a Sabedoria, o Triângulo — que é o Triângulo Ideal, a "Forma" triangular de onde todos os triângulos terrenos imperfeitos recebem a sua triangularidade. (Não perguntem.)
A Vontade é uma das partes irracionais da alma, mas tem a vantagem de ser mais nobre que os Apetites. Devidamente dominada, a Vontade tende para a Razão. Por outro lado, os Apetites resistem à Razão, empurrando-nos para os nossos desejos sensuais que implicam problemas com um P maiúsculo (isto é, Problemas). [...]
Para Platão, o objectivo supremo da alma é remover a sua natureza sensual e avançar para o conhecimento das Formas; a imortalidade está reservada apenas à parte racional. Por outras palavras, contemplar o triângulo é melhor ainda do que sexo, drogas e rock n' roll. [...]
[Os que defendem a imortalidade da alma, enfrentam ainda um outro problema: a alma reencarna ou não? ]
— Acreditas na reencarnação?
— perguntou um jogador de golfe a um amigo durante um jogo no campo municipal.
— Claro que sim — respondeu o amigo.
— Então, como é que queres voltar à Terra?
— Quero voltar como lésbica.
— O quê?! Porquê?
— Quero continuar a fazer amor com as mulheres, mas quero jogar nos tees mais curtos [lugares onde as mulheres jogadoras de golfe iniciam o jogo antes de cada buraco].»
Mas foi Platão que organizou um retrato abrangente da alma. Ele afirmou que a alma é composta por três partes: a Razão, o Espírito (ou a Vontade) e os Apetites. A Razão é a parte mais elevada, a parte que consegue estar em comunhão com as Ideias ou Formas eternas como a Beleza, a Sabedoria, o Triângulo — que é o Triângulo Ideal, a "Forma" triangular de onde todos os triângulos terrenos imperfeitos recebem a sua triangularidade. (Não perguntem.)
A Vontade é uma das partes irracionais da alma, mas tem a vantagem de ser mais nobre que os Apetites. Devidamente dominada, a Vontade tende para a Razão. Por outro lado, os Apetites resistem à Razão, empurrando-nos para os nossos desejos sensuais que implicam problemas com um P maiúsculo (isto é, Problemas). [...]
Para Platão, o objectivo supremo da alma é remover a sua natureza sensual e avançar para o conhecimento das Formas; a imortalidade está reservada apenas à parte racional. Por outras palavras, contemplar o triângulo é melhor ainda do que sexo, drogas e rock n' roll. [...]
[Os que defendem a imortalidade da alma, enfrentam ainda um outro problema: a alma reencarna ou não? ]
— Acreditas na reencarnação?
— perguntou um jogador de golfe a um amigo durante um jogo no campo municipal.
— Claro que sim — respondeu o amigo.
— Então, como é que queres voltar à Terra?
— Quero voltar como lésbica.
— O quê?! Porquê?
— Quero continuar a fazer amor com as mulheres, mas quero jogar nos tees mais curtos [lugares onde as mulheres jogadoras de golfe iniciam o jogo antes de cada buraco].»
Thomas Cathcart, Daniel Klein, Heidegger e um Hipopótamo Chegam às Portas do Paraíso, pp.96-106-114.