A postura do PROmova relativamente à posição da Fenprof
acerca da entrega da Ficha de Auto-Avaliação
A posição da Fenprof acerca da entrega da Ficha de Auto-Avaliação (FAA), expressa em baixo, merece-nos os quatro seguintes comentários:acerca da entrega da Ficha de Auto-Avaliação
1) consideramos que o afã de alguns delegados sindicais, na divulgação da posição da Fenprof, possa ser interpretado como um incentivo à entrega da FAA, quando a decisão deve ser deixada à consciência e ao critério de cada professor;
2) aquando da resistência escola a escola, na não entrega dos objectivos individuais, a consciência dos professores era a de que estavam a desobedecer a uma determinação legal do ME pelo que, só a posteriori, se colocou a questão da obrigatoriedade legal ou não dos objectivos individuais, o que nem sequer, neste caso, está estabelecido se sim ou não existe essa obrigatoriedade;
3) da leitura do texto da Fenprof fica a ideia que não está muito interiorizada a convicção de que este modelo não é para rever em Julho, mas antes para substituir em Outubro, aproveitando a circunstância de todos os partidos da oposição o rejeitarem. Aliás, não se conhece às estruturas sindicais, após as eleições europeias, uma tomada de posição ou uma iniciativa, no sentido de procurarem obter compromissos da parte dos partidos políticos em relação à revogação da divisão da carreira e à substituição do modelo de avaliação;
4) a entrega de uma declaração de protesto apensa à FAA não tem nenhum impacto real, pois, além de não haver possibilidade de contabilizar a dimensão dos que protestam, o efeito que fica é o da participação no processo.
Ademais, a Fenprof admite que a entrega da FAA "levará o ME a concluir, ainda que abusivamente, que os docentes, afinal, já concordam com esta avaliação", correndo-se, exactamente, o risco de se vir a ser confrontado, mais uma vez, com o trio ministerial a dizer que os professores estão "confortáveis" nas escolas e a aplicar o modelo sem problemas, até porque este tipo de aproveitamento propagandístico já ocorreu na entrega dos Objectivos Individuais.
São estas circunstâncias, aliadas à aberração do modelo, ao modo como vem sendo aplicado e às questões de autenticidade pessoal, que levam muitos professores a não estarem disponíveis para se envolverem num processo que quase todos qualificam de "farsa" e "palhaçada".
Assim sendo, o PROmova considera que os professores têm, nas suas mãos, a possibilidade de reafirmarem a rejeição deste modelo de avaliação absurdo e injusto, substituindo a entrega da FAA por um Relatório Crítico que descreva, séria e detalhadamente, a actividade docente e o cumprimento das suas obrigações enquanto professor (proposta de actuação aprovada pelos movimentos independentes de professores, no Encontro de Leiria, realizado a 14 de Março).
Todavia, o PROmova também compreende que muitos professores, no quadro das suas posturas de coerência pessoal, se recusem a participar num processo de avaliação desacreditado, não entregando a FAA ou qualquer outro documento proposto por este modelo (ainda que disponibilizem, para efeito dos seus processos individuais, um documento que avalia e comprova a sua actividade, para o caso de alguém os querer avaliar) e, desta forma, não viabilizando um modelo de que discordam substantivamente. Entre estes docentes, contam-se, além de muitos outros (cujas identidades apenas serão divulgadas com a sua autorização), os colegas Paulo Guinote (blogue A Educação do meu Umbigo), Octávio Gonçalves e José Aníbal Carvalho (Núcleo de Estratégia do PROmova).
PROmova,
PROFESSORES - Movimento de Valorização
Posicionamento da Fenprof: