sábado, 13 de junho de 2009

Ao sábado: momento quase filosófico


Acerca do Utilitarismo

«Todos sabemos que aquele esquerdalho do século XX, Vladimir Lenine, disse que "O fim justifica os meios", mas, ironicamente, não está longe do ponto de vista de um dos filósofos preferidos do Esquadrão de Deus do Partido Republicano, John Stuart Mill. Mill e os utilitarista propuseram uma ética "consequencialista": a rectidão moral de um acto é determinada unicamente pelas sua consequências.
A protagonista da história que se segue é, claramente, uma utilitarista:

A senhora O'Callahan deu intruções ao artista que estava a pintar o seu retrato para acrescentar uma pulseira de ouro em cada um dos pulsos e uma tiara de diamantes.

O artista declarou que seria o mesmo que mentir.
- Escute, o meu marido anda com uma jovem loura - disse a senhora O'Callahan. - Depois de eu morrer, quero que ela fique doida à procura das jóias.
Este tipo de justificação poderia, presumivelmente, ser usado para perdoar algumas coisas bastante graves, caso se sentisse que as consequências eram suficientemente "boas".

A senhora Bevoort, uma viúva, estava junto à piscina do seu clube quando avistou um homem muito atraente a apanhar sol. Aproximou-se dele e disse:

- Creio que nunca o vi por aqui antes.
- Não é provável - replicou. - Estive preso durante trinta anos.
- A sério? Porquê?
- Assassinei a minha mulher.
- Ah! - disse a senhora Brevoort. - Então é solteiro!»
Thomas Cathcart e Daniel Klein, Platão e um Ornitorrinco Entram num Bar...