Não tive a (in)felicidade de poder ver toda a entrevista do primeiro-ministro à SIC. Mas o que pude ver foi suficiente para me impressionar. Fiquei muito sensibilizado com o ar pungente, por vezes quase dilacerante; com a voz suave, às vezes quase melíflua, outras vezes quase trémula; com o olhar redondo, quase parado, quase rogativo, quase beato com que José Sócrates respondia às perguntas da jornalista. E as mãos? Ai as mãos, como elas se uniam e erguiam em gesto de quase súplica, de quase pedido de redenção.
Temo, sinceramente, que a este ritmo de conversão, tenhamos, em breve, um primeiro-ministro quase presbítero em permanente estado de ascética compunção.
Não vai ser fácil suportar isto até Outubro.
Temo, sinceramente, que a este ritmo de conversão, tenhamos, em breve, um primeiro-ministro quase presbítero em permanente estado de ascética compunção.
Não vai ser fácil suportar isto até Outubro.