Na capa da revista Notícias Magazine, de domingo, era anunciada uma reportagem intitulada: «Íntimo — um dia com José Sócrates: de automóvel, a pé e de avião».
Sensivelmente a meio da segunda página do artigo, e a propósito do repórter querer satisfazer a curiosidade sobre os gostos musicais do nosso primeiro-ministro, isto é, que músicas ouve ele quando viaja de carro pelo país, lê-se o seguinte: «"Não costumo andar com CD. Ouço rádio, sobretudo, e converso muito. Com o motorista e ao telefone." E ler? Mantém o vício da filosofia.»
Muito mais de 24 horas após ter lido a última frase, confesso-me num pântano de dúvidas: Sócrates mantém o vício da filosofia? 1.ª dúvida: Mantém? 2.ª dúvida: Sócrates é viciado em filosofia? 3.ª dúvida: Sócrates ainda lê filosofia? 4.ª dúvida: Sócrates alguma vez leu filosofia?
Não sei se Sócrates estava a falar a sério, ou se estava distraído e não sabia o que dizia, ou se estava a fazer humor, ou se estava a provocar o jornalista, ou se estava a provocar a filosofia, ou se, de facto, lê filosofia e não percebe o que lê, ou se lhe dizem que o que lê é filosofia e, de facto, não é... Não sei, não sei mesmo.
Ao estado de dúvida e de incredulidade, acrescento, agora, a preocupação de não saber se a filosofia sobreviverá a tão íntimo convívio.
Sensivelmente a meio da segunda página do artigo, e a propósito do repórter querer satisfazer a curiosidade sobre os gostos musicais do nosso primeiro-ministro, isto é, que músicas ouve ele quando viaja de carro pelo país, lê-se o seguinte: «"Não costumo andar com CD. Ouço rádio, sobretudo, e converso muito. Com o motorista e ao telefone." E ler? Mantém o vício da filosofia.»
Muito mais de 24 horas após ter lido a última frase, confesso-me num pântano de dúvidas: Sócrates mantém o vício da filosofia? 1.ª dúvida: Mantém? 2.ª dúvida: Sócrates é viciado em filosofia? 3.ª dúvida: Sócrates ainda lê filosofia? 4.ª dúvida: Sócrates alguma vez leu filosofia?
Não sei se Sócrates estava a falar a sério, ou se estava distraído e não sabia o que dizia, ou se estava a fazer humor, ou se estava a provocar o jornalista, ou se estava a provocar a filosofia, ou se, de facto, lê filosofia e não percebe o que lê, ou se lhe dizem que o que lê é filosofia e, de facto, não é... Não sei, não sei mesmo.
Ao estado de dúvida e de incredulidade, acrescento, agora, a preocupação de não saber se a filosofia sobreviverá a tão íntimo convívio.