A colega Rosário Gama, presidente do conselho executivo da Escola Secundária Infanta D. Maria, de Coimbra, denuncia, hoje, no Público, a falta de liberdade e o clima intimidatório que a liderança de Sócrates implantou dentro do Partido Socialista:
- «O PS não aceita o contraditório, mesmo vindo do interior do partido.»;
- As perguntas que lhe foram dirigidas, por deputados do PS, acerca das suas declarações ao Expresso revelam «uma atitude persecutória sobre quem manifesta uma opinião contrária à do poder.»;
- «Faz algum sentido que, depois do inquérito da IGE [que concluiu não ter existido nenhuma irregularidade], me perguntem se a citação feita pelo Expresso está correcta, se a desmenti ou não e em que me baseei para a fazer? O que se passa é que, numa atitude de quem não gosta de ser contraditado, alguns socialistas recorrem a procedimentos que eu já julgava afastados do nosso panorama político.»
Nada disto constitui uma novidade. Este ambiente de pressão, de coacção, de intimidação já há muito que é sentido, dentro do PS, dentro da função pública (são inúmeros os casos noticiados ao longo dos últimos quatro anos no interior de vários ministérios), na relação Governo-comunicação social e na postura e discurso acintosos cultivados pelo primeiro-ministro e vários membros da sua equipa governativa (Santos Silva, Maria de Lurdes Rodrigues, Manuel Pinho, Jaime Silva, Mário Lino, Jorge Pedreira, Valter Lemos têm, recorrentemente, discursos que primam pela má educação, pela grosseria e pela ameaça).
Não cultivo o alarmismo nem a especulação conspiratória, contudo, tenho, neste momento, a firme convicção de que a existência de uma nova maioria absoluta do PS, nas próximas eleições legislativas, terá como consequência a instalação na sociedade portuguesa de valores anti-democráticos e a instauração de procedimentos persecutórios a muitos daqueles que publicamente se opuseram (e sempre se oporão) à medíocre e incompetente governação socialista. Não tenho qualquer dúvida de que isso acontecerá. E acontecerá quer a nível de quadros dirigentes da função pública quer a nível intermédio de chefias quer a nível de repartição, de escola, de hospital, de gabinete.
Este Governo conseguiu inquinar as relações entre profissionais do mesmo ofício, conseguiu instalar a desconfiança entre colegas de trabalho e incentivou a delacção. É um Governo politicamento abjecto, porque nos fez recuar a tempos e a práticas que começavam já a ficar esquecidas. Este Governo e estes governantes não prezam a Liberdade, reclamam-se herdeiros de uma tradição que não é sua, que nunca sentiram nem praticaram. Não ultrapassam o nível de tecnocratas arrogantes com terjeitos autoritários deslumbrados com o protagonismo que o poder lhes oferece.
E teremos tudo isto em dobro, se em Outubro este partido vencer as eleições. Contudo, as e os Rosários Gama deste país, essas e esses não serão em dobro, serão, infelizmente, em bem elevado e indeterminado número.
- «O PS não aceita o contraditório, mesmo vindo do interior do partido.»;
- As perguntas que lhe foram dirigidas, por deputados do PS, acerca das suas declarações ao Expresso revelam «uma atitude persecutória sobre quem manifesta uma opinião contrária à do poder.»;
- «Faz algum sentido que, depois do inquérito da IGE [que concluiu não ter existido nenhuma irregularidade], me perguntem se a citação feita pelo Expresso está correcta, se a desmenti ou não e em que me baseei para a fazer? O que se passa é que, numa atitude de quem não gosta de ser contraditado, alguns socialistas recorrem a procedimentos que eu já julgava afastados do nosso panorama político.»
Nada disto constitui uma novidade. Este ambiente de pressão, de coacção, de intimidação já há muito que é sentido, dentro do PS, dentro da função pública (são inúmeros os casos noticiados ao longo dos últimos quatro anos no interior de vários ministérios), na relação Governo-comunicação social e na postura e discurso acintosos cultivados pelo primeiro-ministro e vários membros da sua equipa governativa (Santos Silva, Maria de Lurdes Rodrigues, Manuel Pinho, Jaime Silva, Mário Lino, Jorge Pedreira, Valter Lemos têm, recorrentemente, discursos que primam pela má educação, pela grosseria e pela ameaça).
Não cultivo o alarmismo nem a especulação conspiratória, contudo, tenho, neste momento, a firme convicção de que a existência de uma nova maioria absoluta do PS, nas próximas eleições legislativas, terá como consequência a instalação na sociedade portuguesa de valores anti-democráticos e a instauração de procedimentos persecutórios a muitos daqueles que publicamente se opuseram (e sempre se oporão) à medíocre e incompetente governação socialista. Não tenho qualquer dúvida de que isso acontecerá. E acontecerá quer a nível de quadros dirigentes da função pública quer a nível intermédio de chefias quer a nível de repartição, de escola, de hospital, de gabinete.
Este Governo conseguiu inquinar as relações entre profissionais do mesmo ofício, conseguiu instalar a desconfiança entre colegas de trabalho e incentivou a delacção. É um Governo politicamento abjecto, porque nos fez recuar a tempos e a práticas que começavam já a ficar esquecidas. Este Governo e estes governantes não prezam a Liberdade, reclamam-se herdeiros de uma tradição que não é sua, que nunca sentiram nem praticaram. Não ultrapassam o nível de tecnocratas arrogantes com terjeitos autoritários deslumbrados com o protagonismo que o poder lhes oferece.
E teremos tudo isto em dobro, se em Outubro este partido vencer as eleições. Contudo, as e os Rosários Gama deste país, essas e esses não serão em dobro, serão, infelizmente, em bem elevado e indeterminado número.