Na reunião da comissão política do PS, Sócrates «prometeu esforçar-se por ser "mais humilde", mas que não lhe pedissem para ser quem não é [...] e ouviu as intervenções com mais paciência e menos interrupções» (Público (17/6/09).
Assim é, Sócrates precisa de se esforçar para ser humilde. Isto é, ele não vai ser humilde, ele vai aparentar ser humilde. E vai fazê-lo por uma razão única: está com medo de perder as próximas eleições.
Ele não vai ser humilde porque considere que deve ser humilde. A humildade, para Sócrates, é apenas um instrumento para atingir um fim. Um instrumento transitório, um instrumento descartável, cujo o tempo de validade terminará na noite eleitoral das legislativas. A farsa, a encenação já começou: com voz delico-doce, Sócrates revelou, à entrada da reunião da comissão política, a hipocrisia política de que é capaz: falou em humildade, falou em reconhecer que houve coisas que não correram bem, falou em desgaste do Governo; por outras palavras, falou em tudo aquilo que há uma semana atrás nunca tinha falado nem nunca admitiria falar. Contudo, só o fez, porque o partido que ele chefia sofreu uma estrondosa derrota nas eleições europeias.
Depois, durante a reunião, Sócrates deu desenvolvimento à santimónia: até «ouviu as intervenções com mais paciência e menos interrupções». É elucidativa esta observação: ouviu com mais paciência e não interrompeu. Esforço enternecedor. Mas atenção, Sócrates já advertiu: não exijam demasiado, não queiram que ele seja quem não é. Ser verdadeiramente humilde é pedir demais.
Todos sabemos que o arrogante, o acintoso, o prepotente nunca poderá tornar-se sinceramente humilde, nem sequer aguenta muito tempo parecê-lo. Quatro meses, no máximo.
Assim é, Sócrates precisa de se esforçar para ser humilde. Isto é, ele não vai ser humilde, ele vai aparentar ser humilde. E vai fazê-lo por uma razão única: está com medo de perder as próximas eleições.
Ele não vai ser humilde porque considere que deve ser humilde. A humildade, para Sócrates, é apenas um instrumento para atingir um fim. Um instrumento transitório, um instrumento descartável, cujo o tempo de validade terminará na noite eleitoral das legislativas. A farsa, a encenação já começou: com voz delico-doce, Sócrates revelou, à entrada da reunião da comissão política, a hipocrisia política de que é capaz: falou em humildade, falou em reconhecer que houve coisas que não correram bem, falou em desgaste do Governo; por outras palavras, falou em tudo aquilo que há uma semana atrás nunca tinha falado nem nunca admitiria falar. Contudo, só o fez, porque o partido que ele chefia sofreu uma estrondosa derrota nas eleições europeias.
Depois, durante a reunião, Sócrates deu desenvolvimento à santimónia: até «ouviu as intervenções com mais paciência e menos interrupções». É elucidativa esta observação: ouviu com mais paciência e não interrompeu. Esforço enternecedor. Mas atenção, Sócrates já advertiu: não exijam demasiado, não queiram que ele seja quem não é. Ser verdadeiramente humilde é pedir demais.
Todos sabemos que o arrogante, o acintoso, o prepotente nunca poderá tornar-se sinceramente humilde, nem sequer aguenta muito tempo parecê-lo. Quatro meses, no máximo.