Acerca do Imperativo Categórico e da Regra de Ouro
«O princípio abrangente de Kant, o critério para todas as outras máximas éticas, é o que ele chama o "imperativo categórico supremo". À primeira vista, este imperativo parece meramente uma versão pomposa da velha regra de ouro.
Regra de ouro: "Faz aos outros aquilo que queres que te façam a ti".
Imperativo categórico supremo: "Age apenas segundo uma máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne uma lei universal."
Claro que a interpretação de Kant tem um tom claramente mais frio. O próprio termo "imperativo categórico supremo" parece bem germânico. Mas, afinal, Kant não pôde evitar — ele era alemão.
No entanto, o imperativo categórico e a regra de ouro partilham muito território filosófico:
. Nenhum deles é uma regra sobre uma acção específica, como "Honra pai e mãe" ou "Come os teus espinafres!"
. Em vez disso, ambos proporcionam um princípio abstracto para determinar que acções específicas estão certas e erradas.
. Em ambos, este princípio abstracto evoca a ideia de qque todas as pessoas são tão importantes como o leitor e eu, por isso deveriam ser tratadas moralmente da mesma forma que o leitor e eu... especialmente eu.
Mas existe uma diferença fundamental entre o imperativo categórico e a regra de ouro, e esta piada curta acerta em cheio:
Um sádico é um masoquista que segue a regra de ouro.
Ao infligir dor a terceiros, o masoquista está apenas a fazer o que a regra de ouro pede: a fazer o que gostaria que lhe fizessem a si, de preferência com um chicote. Mas Kant diria que o masoquista nunca poderia afirmar honestamente que o imperativo moral "infligir dor a terceiros" poderia ser uma lei universal para um mundo habitável. Até um masoquita consideraria isso descabido.
Considerações similares levaram o dramaturgo inglês George Bernard Shaw a rescrever ironicamente a regra de ouro:
Não faças aos outros o que gostarias que eles te fizessem a ti; eles podem ter um gosto diferente.»
Regra de ouro: "Faz aos outros aquilo que queres que te façam a ti".
Imperativo categórico supremo: "Age apenas segundo uma máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne uma lei universal."
Claro que a interpretação de Kant tem um tom claramente mais frio. O próprio termo "imperativo categórico supremo" parece bem germânico. Mas, afinal, Kant não pôde evitar — ele era alemão.
No entanto, o imperativo categórico e a regra de ouro partilham muito território filosófico:
. Nenhum deles é uma regra sobre uma acção específica, como "Honra pai e mãe" ou "Come os teus espinafres!"
. Em vez disso, ambos proporcionam um princípio abstracto para determinar que acções específicas estão certas e erradas.
. Em ambos, este princípio abstracto evoca a ideia de qque todas as pessoas são tão importantes como o leitor e eu, por isso deveriam ser tratadas moralmente da mesma forma que o leitor e eu... especialmente eu.
Mas existe uma diferença fundamental entre o imperativo categórico e a regra de ouro, e esta piada curta acerta em cheio:
Um sádico é um masoquista que segue a regra de ouro.
Ao infligir dor a terceiros, o masoquista está apenas a fazer o que a regra de ouro pede: a fazer o que gostaria que lhe fizessem a si, de preferência com um chicote. Mas Kant diria que o masoquista nunca poderia afirmar honestamente que o imperativo moral "infligir dor a terceiros" poderia ser uma lei universal para um mundo habitável. Até um masoquita consideraria isso descabido.
Considerações similares levaram o dramaturgo inglês George Bernard Shaw a rescrever ironicamente a regra de ouro:
Não faças aos outros o que gostarias que eles te fizessem a ti; eles podem ter um gosto diferente.»
Thomas Cathcart e Daniel Klein, Platão e um Ornitorrinco Entram num Bar...