segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Comunicado do Movimento PROmova (12/1/09)

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O Movimento de Professores PROmova é apologista de que, nesta fase crucial da contestação, todos os educadores e professores devem reafirmar a sua inquebrantável vontade de NÃO PARTICIPAREM EM QUALQUER ACTO RELACIONADO COM ESTE MODELO DE AVALIAÇÃO, qualquer que seja a versão do mesmo, continuando a investir o melhor das suas capacidades e saberes nas aprendizagens dos seus alunos, ao mesmo tempo que mostram ao país a sua coerência e verticalidade, pois a justeza e a seriedade das suas reivindicações não estão a soldo de dádivas/promoções ou de ameaças e intimidações. Os professores portugueses não se vendem, nem se deixam atemorizar.

Em conformidade com a sua coerência, sentido de dignidade e coragem, devem os educadores e professores aproveitar a iniciativa da Jornada Nacional de Reflexão e Luta, do dia 13 de Janeiro, para, ao abrigo da lei sindical, participarem e/ou promoverem reuniões gerais de professores nas suas escolas/agrupamentos, que, entre outras propostas de continuação da luta, confirmem as suas posições colectivas de recusa em participar neste processo de avaliação do desempenho. Neste âmbito, disponibilizamos, em anexo, duas minutas que podem servir este propósito. Como o medo de alguns e o oportunismo de outros não pode constituir a base para obter vantagens, em termos de uma eventual progressão na carreira, sobre os colegas que digna e justamente contestam este modelo de avaliação, o Movimento PROmova, conhecedor do apoio de todos os partidos da oposição às reivindicações dos professores, tudo fará para que os eventuais benefícios, obtidos por via da traição da luta dos colegas, sejam revertidos e anulados. Cada um escolherá as batalhas em que vai querer participar. Se a da actual reivindicação da dignidade e de uma avaliação justa ou se, no futuro, a da reivindicação contra a perda de privilégios conseguidos na base do medo ou mediante expedientes de esperteza saloia.

O PROmova apela, também, ao envolvimento dos educadores e professores portugueses nas grandes iniciativas de luta a concretizar em Janeiro, nomeadamente:

1) GREVE NACIONAL DO DIA 19 DE JANEIRO.

Os professores vão aderir, massivamente, a mais uma greve histórica, dando um sinal da sua disponibilidade para continuar a resistir a políticas educativas que, tanto afrontam os direitos e a dignidade dos professores, como degradam a qualidade da escola pública. Os professores não vão dar aulas de Norte a Sul do país, para que não restem mais dúvidas acerca da razão e da determinação dos mesmos.

2) MANIFESTAÇÃO/CONCENTRAÇÃO NACIONAL EM FRENTE DO PALÁCIO DE BELÉM, NO DIA 24 DE JANEIRO (SÁBADO).

Promovida pela Convergência dos Movimentos de Professores, esta manifestação/concentração reveste-se do extraordinário impacto e simbolismo que decorre do facto de, pela primeira vez, os professores se dirigirem, publicamente, ao Presidente da República, pelo que é fundamental que as escolas/agrupamentos de todo o país se mobilizem e se organizem, na base do lema “UMA ESCOLA, UM AUTOCARRO”, e os seus professores rumem, em grande número, a Lisboa no dia 24 de Janeiro. Se o Presidente da República não vai ao encontro dos Professores, então, são os professores que, com respeito e expectativa de serem escutados, vão ao Presidente da República.

É inútil a este Governo continuar a alimentar a mentira, segundo a qual os professores nunca foram avaliados ou não querem ser avaliados, pois o país já compreendeu que os professores desejam ser avaliados, mas não por um modelo que é, reconhecidamente, injusto, inconsistente e gerador de perturbação e conflitualidade nas escolas.

A desobediência cívica de uma parte substantiva de uma classe profissional, feita em nome de uma razão e justiça incontestáveis e sem prejuízo para a forma empenhada como se dedicam ao processo de ensino-aprendizagem, não é susceptível, em nenhum lugar decente do mundo, de procedimentos disciplinares. Não adianta agitar fantasmas, que OS PROFESSORES NÃO TÊM MEDO!

Finalmente, o Movimento PROmova deixa uma palavra de apreço e de apoio aos Presidentes de Conselhos Executivos que se reuniram, no dia 10 de Janeiro, em Santarém, os quais, ao contrário da muleta do Ministério da Educação chamada Conselho de Escolas, deram sinais inequívocos de que estarão com os professores na contestação a este modelo de avaliação. Bem hajam!

Aquele abraço,

PROmova

PROFESSORES - Movimento de Valorização