sexta-feira, 14 de outubro de 2011

A miserabilização como política

Desde 1976, PSD e PS dividiram quase irmamente o tempo em que têm governado Portugal. Desde essa altura, o rumo político do país tem sido num só sentido. Se utilizarmos o tradicional quadro de leitura política, observa-se, de modo cristalino, que esse sentido foi o de um deslocamento sistemático de políticas designadas de esquerda para efectivas políticas de direita. Ou, dito de outro modo, e talvez mais significativamente: desde 1976, temos feito continuada e persistentemente o caminho da desvalorização e penalização do trabalho e da valorização e favorecimento do capital. Este tem sido o rumo que PSD e PS têm seguido desde há trinta e quatro anos. 
Foi este rumo que conduziu o país até aqui.
Ontem foi-nos anunciado, por Passos Coelho, mais um estádio de desenvolvimento dessa política: brutal penalização do trabalho, em particular dos funcionários públicos, e miserabilização generalizada da população. Simultaneamente foi-nos mostrado, mais uma vez, que a palavra dos primeiros-ministros tem o mesmo valor do lixo não reciclável: vale nada.
Enquanto quem trabalha for tolerante com esta política, saberemos sempre o que o futuro nos reserva.