A propósito de uma campanha eleitoral que há poucos meses por aí ocorreu, em que Passos Coelho e Paulo Portas, entre outros, se manifestaram muito críticos relativamente aos cortes salariais operados, em 2011, na Função Pública:
«O Governo está a estudar a possibilidade de avançar com um novo corte salarial na Função Pública, no próximo ano. Embora a decisão política só fique fechada amanhã [quinta -feira], na reunião de Conselho de Ministros onde o Executivo vai aprovar o Orçamento do Estado, o Diário Económico sabe que esse cenário está a ser equacionado.
O Documento de Estratégia Orçamental já dava margem ao Governo para "aperfeiçoamentos" destes cortes. "A redução média em 5% dos salários do sector público ocorrida em 2011 irá manter-se em 2012, eventualmente com os aperfeiçoamentos considerados necessários", lê-se no documento.» Sítio do Diário Económico (12/10/11)
Com a naturalidade da falsa inocência, Passos Coelho e Paulo Portas decidiram, para 2012, não só manter os cortes salariais aos profissionais do Estado mas também estudar novos cortes.
Para os políticos, em geral, e para estes dois políticos, em particular, enganar os eleitores tornou-se uma rotina. Prometer hoje e fazer o contrário amanhã não lhes levanta o mínimo prurido, não lhes suscita o mais pequeno escrúpulo.
Mas isto tem uma consequência: estes dois políticos não podem pedir que os respeitem, se eles próprios não se respeitam nem respeitam quem os elegeu. Se o que esta notícia nos diz se concretizar, Passos Coelho e Paulo Portas igualam Sócrates, na falta de seriedade política. Passam a valer o mesmo que ele.
Observação: os novos cortes salariais são designados, no Documento de Estratégia Orçamental, como «aperfeiçoamentos». Na política portuguesa, o cinismo ainda não tinha chegado tão longe.
Para os políticos, em geral, e para estes dois políticos, em particular, enganar os eleitores tornou-se uma rotina. Prometer hoje e fazer o contrário amanhã não lhes levanta o mínimo prurido, não lhes suscita o mais pequeno escrúpulo.
Mas isto tem uma consequência: estes dois políticos não podem pedir que os respeitem, se eles próprios não se respeitam nem respeitam quem os elegeu. Se o que esta notícia nos diz se concretizar, Passos Coelho e Paulo Portas igualam Sócrates, na falta de seriedade política. Passam a valer o mesmo que ele.
Observação: os novos cortes salariais são designados, no Documento de Estratégia Orçamental, como «aperfeiçoamentos». Na política portuguesa, o cinismo ainda não tinha chegado tão longe.