terça-feira, 25 de outubro de 2011

Comunicado

Protesto dos professores contratados e desempregados

O Grupo dos Professores Desempregados e Contratados que passou a noite de 29 para 30 de Setembro no Ministério da Educação considera que o ministro Nuno Crato exagera na sua autocrítica pública. Crato promete o fim da “tolerância” para protestos futuros. Segundo o ministro, «a ocupação de prédios públicos não deve ser permitida, uma vez que põe em risco o interesse e o património públicos e a inte...gridade física dos membros do governo, dos funcionários e dos próprios manifestantes.» (Sol, 21 Outubro 2011).

Ao reconhecer a sua negligência perante tamanhos riscos, Nuno Crato lamenta não ter mandado expulsar-nos das instalações do MEC. Claro: como pôde pôr em risco a integridade física do seu secretário de Estado do Ensino e da Administração Escolar, durante mais de uma hora de reunião com os professores desempregados no Palácio (também em perigo) das Laranjeiras?

O problema de Nuno Crato é mesmo a negligência e a forma como coloca em risco tanta gente. Este ano lectivo, há milhares de professores desempregados cujas vidas testemunham esta negligência. Mas, quando o assunto é desemprego, Crato não mostra arrependimento: o MEC acaba de anunciar cortes orçamentais para 2012 que implicam mais 20 mil professores despedidos, ou seja, a maioria dos contratados que hoje asseguram o funcionamento regular do sistema educativo.

Nuno Crato pode estar arrependido de não ter mandado reprimir o protesto pacífico e legítimo de um grupo de professores discriminados num concurso irregular. Os professores contratados e desempregados é que nunca se enganaram acerca da negligência do ministro. Por isso, vão continuar a sua luta.