A propósito da dominante idolatria dos gestores, a propósito da teoria que defende que em cada cargo de administração deve estar um gestor (seja qual for o sector de actividade: educação, saúde, assistência social, etc.), e a propósito do suposto rigor e da superior eficácia dos gestores:
«A Direcção-Geral dos Impostos (DGCI) responsabilizou [desde 2009] criminalmente 6.460 administradores e gestores de empresas que se apropriaram dolosamente dos impostos que retêm aos seus trabalhadores (IRS) e do IVA recebido previamente dos clientes. Estes gestores arriscam a pena de prisão até cinco anos.»Diário Económico (4/10/2011)
Apesar das recentes catástrofes financeiras e económicas ocorridas por responsabilidade directa de famosos e, até então, muito reputados gestores; apesar da deficientíssima formação não matemática dos cursos de gestão incapacitar a maior parte dos gestores de ver a realidade que está para além da quadrícula da folha de Excel; e apesar de ser evidente que acção de educar, de cuidar da saúde ou de prestar assistência social são mundos diferentes do mundo das empresas; continua-se teimosa e interesseiramente a difundir a ideia de que devem ser os gestores a tomar conta de tudo o que mexa.