«Uma lei especial e antiga estabeleceu que o general Eanes não poderia acumular a sua pensão de reserva como militar com a pensão de ex-Presidente da República. Uma lei estranha, num país em que as grandes figuras do regime acumulam tudo: pensões privadas com pensões públicas, pensões públicas com ordenados privados e pensões públicas com pensões públicas. Sentindo-se discriminado, o general recorreu à justiça, que, muitos anos depois lhe deu razão e mandou que passasse a receber ambas as pensões mais os retroactivos, cerca de 1. 300. 000 euros. Eanes, porém, recusou receber os retroactivos. Num país em que tantos exigem e recebem do Estado o que podem e o que não deviam, ele recusou uma pequena fortuna. Não sei as razões, mas conheço suficientemente o homem para perceber a sua motivação. É uma questão de honra. E, nas questões de honra, não basta apregoá-la, é preciso tê-la.»
Miguel Sousa Tavares, Expresso (20/09/08)
Comportamentos destes, hoje, são coisa rara. Os ventos não sopram neste sentido. Muitos dos nossos políticos modernos, pós-modernos e modernaços não conhecem estes valores nem sonham que possam existir.
Miguel Sousa Tavares, Expresso (20/09/08)
Comportamentos destes, hoje, são coisa rara. Os ventos não sopram neste sentido. Muitos dos nossos políticos modernos, pós-modernos e modernaços não conhecem estes valores nem sonham que possam existir.