quarta-feira, 10 de setembro de 2008

As escolas que já não existem

Entre 2000 e 2007, foram fechados 875 Jardins de Infância e 3714 Escolas Básicas do 1º Ciclo, em Portugal. O actual Governo foi o responsável por grande parte do encerramento destes estabelecimentos de ensino. Como esta estratégia lhe garante poupanças significativas, nem se questiona sobre a sua validade. Mas há quem pense de modo diferente.
A opinião de dois especialistas:

Rui d’Espiney (Investigador do Instituto das Comunidades Educativas)
«O Coordenador Nacional do Projecto Escolas Rurais defende um sistema onde os estabelecimentos de ensino são animadores da vida das aldeias. Para Rui d’Espiney, ao fechar escolas, o governo condena as aldeias à desertificação. E nem os argumentos de falta de resultados colhem junto deste especialista: “Um estudo no litoral alentejano demonstrou que o insucesso escolar no espaço rural é superior em apenas um por cento ao espaço urbano. Mas é maior para quem está longe da família.”»

José Alberto Correia (Professor da Faculdade de Psicologia do Porto)
«“Esta é uma política de pura racionalização para optimizar resultados financeiros, sem ter em conta os custos sociais.” José Alberto Correia avisa que a poupança a curto prazo pode redundar em custos maiores no futuro. Em causa, estará a escola como espaço de interacção social e centro de revitalização das aldeias.»

Diário de Notícias (8/09/08)