quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Dos meus gostos

Gosto do cheiro a mar, do cheiro a praia, a sal. Gosto dos tons quentes de Verão, das temperaturas que nos trazem mais “à-solta”. Gosto de passear na rua, sentir a vida pululante em meu redor. Gosto do silêncio. Gosto de partir para voltar…. Ou gostava…. Ou ainda gosto. Voltar à escola, à vida, ao trabalho, a casa - sinónimos quase perfeitos. Em finais de Agosto, eu, que sofria as ânsias das férias ao primeiro raio de sol primaveril, já começava a sentir-me atraída pelos odores, pelas cores, pelo clima estudantil que me chamaria em breve, nesse Setembro que vinha devagar.
Este ano perdeu-se qualquer coisa em mim. Intento num esforço, mas não sou atraída. Consigo somente sentir-me traída. Setembro veio galopante, atropelou-me antes de chegar. Não foi Setembro, foram os meses longos que o trouxeram em gestação. E já não me agradam os odores, não quero inalar as emanações pútridas de um envenenamento anunciado. Ferem-me as cores e o mercúrio de um termómetro que borbulha (mal se abriu ainda a porta). E quando saio à rua, já não passeio, desconfio. Envolvem-se-me os movimentos, sem entusiasmo, com suspeições e incredulidades. E não gosto. E não quero a nostalgia de um qualquer bem, passado. Quero um presente. Um presente onde não se varre, com ignóbil astúcia, a paixão da educação, atirada aos roldões por aí, neste país a esmorecer.
Quero partir…