quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Às quartas

Meu Túmulo

No topo da serra distendam minha tumba,
Entre uivos de lobo e sons de folhas de chumbo.

Tormentas de verão e a neve da invernada,
Em trilha isolada que em silêncio me aguarde.


Ponham-me bem alto, como a nuvem e o trono,

Para que não chegue o distante som do sino,

Para que não chegue do arrependimento a voz,

Nem mesmo as rezas e o temor do converso.


E que ela verdeça junto ao tronco espinhoso,

Bem intransponível, vergada sobre o abismo.


E que ninguém possa vir, somente os amigos,

E estes, no regresso, que os seus rastos apaguem.


Ivan Goran Kovacic
(Trad.: Aleksandar Jovanovic)