Meu Túmulo
No topo da serra distendam minha tumba,
Entre uivos de lobo e sons de folhas de chumbo.
Tormentas de verão e a neve da invernada,
Em trilha isolada que em silêncio me aguarde.
Ponham-me bem alto, como a nuvem e o trono,
Para que não chegue o distante som do sino,
Para que não chegue do arrependimento a voz,
Nem mesmo as rezas e o temor do converso.
E que ela verdeça junto ao tronco espinhoso,
Bem intransponível, vergada sobre o abismo.
E que ninguém possa vir, somente os amigos,
E estes, no regresso, que os seus rastos apaguem.
Ivan Goran Kovacic
(Trad.: Aleksandar Jovanovic)