segunda-feira, 2 de maio de 2011

Notas do fim-de-semana

De défice em défice até à submissão ao exterior
Negócios (29/4/11)

Cavaco travou saída de Teixeira dos Santos

Governo deu 4 milhões a autódromo à beira da falência

Elogios de Soares a Passos caem mal no PS

Sócrates denunciado por gestão danosa
Sol (29/4/11)

Troika reestrutura Portugal de alto a baixo

Forças Armadas sem dinheiro para despesas

«Governo de Sócrates devia ir a tribunal» (Eduardo Catroga)

Bolonha inflaciona número de diplomados
— Com a reforma das licenciaturas muitos alunos tiram segundos graus e são contados por dois nas estatísticas nacionais —

Partidos insistem em anular avaliação dos professores
Expresso (30/4/11)
O título do Negócios ilustra muito bem a trajectória da governação do PS: dos apregoados défices «historicamente mínimos» (que Sócrates não se cansava de afirmar, em presunçoso auto-elogio) até aos défices ruinosos, culminámos de joelhos perante o mundo. Esta é a espantosa realidade, mas é a realidade. Todavia, Sócrates continua, todos os dias, a alegremente a discursar e candidamente a passear-se pelo país, de inauguração em inauguração, como se o assunto não tivesse nada que ver com ele, como se ele não fosse o primeiro-ministro que levou o país à ruína. 

Cumulativamente, Sócrates não revela nenhuma hesitação em adulterar a realidade, em falsear os factos: a sua declaração de eterna amizade e absoluta consonância com o ainda ministro das Finanças é o exemplo mais recente. Pessoalmente, considero que o primeiro-ministro merece o ministro das Finanças que tem e o ministro das Finanças merece o primeiro-ministro que tem. Nunca vi em Teixeira dos Santos nenhuma mais valia de seriedade ou de competência comparativamente com Sócrates. Parece-me, aliás, que quem consegue trabalhar seis anos ao lado de Sócrates estabelece um excelente retrato de si próprio. Seja como for, o facto é que estão publicamente desavindos, contudo, Sócrates não só o nega como alegre e candidamente jura o inverso.

Um advogado de Coimbra, António Castanheira Neves, apresentou no Ministério Público uma denúncia contra José Sócrates, por crime de gestão danosa. Este causídico disse ao Sol que permitir «a tolerância de ponto na véspera de um fim-de-semana prolongado de quatro dias, e tendo em conta a actual situação do país, é uma situação insuportavelmente lesiva do interesse público.» 
A propósito, recorde-se as vezes que Sócrates, durante os últimos seis anos, para justificar todo o tipo de tropelias que levou a cabo, alegou a necessidade de mudança, a necessidade de combater más práticas instaladas e insustentáveis para o país; porém, agora, para explicar a razão da atribuição da tolerância de ponto, alegou, cândida e alegremente, tratar-se apenas de respeitar uma «tradição»...

Mais uma burla estatística. Esta, a mais recente (pelo menos, que se saiba), permitiu anunciar espalhafatosamente, há umas semanas, que o número de diplomados em Portugal tinha subido exponencialmente entre 2000 e 2008. Era mais um exemplo da extraordinária política educativa deste Governo. O caso mais relevante, a todos os ventos propagandeado, tinha sido o do aumento de 193% dos diplomados nas áreas de Matemática, Ciências e Tecnologias. 
A verdade veio agora ao de cima. Naturalmente que o Governo não fazia a mínima ideia de que estava a ser realizada uma dupla contagem. Naturalmente, alegremente e candidamente.