sábado, 7 de maio de 2011

Ao sábado: momento quase filosófico

O problema dos sonhos

Um homem sonha que é uma borboleta. Revoluteia com leveza de flor em flor, abrindo e fechando as suas asas, sem a mais ténue lembrança da sua natureza humana.
Quando acorda, percebe com espanto que é um homem. Mas será ele um homem que acaba de sonhar que era uma borboleta? Ou uma borboleta a sonhar que é um homem?
Diz-se que nunca conseguiu responder a esta pergunta.

Um homem está a dormir e no seu sonho encontra uma garrafa de aguardente de arroz. Muito contente, pois na realidade era demasiado pobre para poder obter álcool, encontra um fogão, acende-o, põe a aguardente a aquecer, como deve ser.
De repente, acorda.
— Devia tê-la bebido fria.
In Jean-Claude Carrière, Tertúlia de Mentirosos (adaptado).