quarta-feira, 4 de maio de 2011

Às quartas

FOLHA

Mudei de estação: o Outono ficou para trás e as minhas malas.
Agora o céu duvidoso, como uma mentira inábil.
Na primeira taberna terei de esquecer
A carta melancólica que me tirou o sono.
Ocioso, arrasto-me pela rua, entre escritórios.
As andorinhas partiram e as máquinas de escrever ficaram.
No horizonte há uma grande trombeta de fumo.
Foi há pouco inventado um avião tão pequeno como uma borboleta.
Bravo! É um bom sinal.
A primeira folha de Outono cai no meu chapéu.

Rade Drainac

(Trad.: José Alberto Oliveira)