quarta-feira, 27 de junho de 2012

Invariavelmente os erros repetem-se

Fomos informados, há dias, pela voz do ministro das Finanças, de que as receitas dos primeiros meses do ano estão muito abaixo do que o governo tinha estimado. Isto é, as receitas do IRC e do IVA ficaram significativamente aquém do que Passos Coelho e Vítor Gaspar tinham prognosticado. De tal modo é a diferença entre o que está orçamentado e o que a realidade revela que a possibilidade de o país não conseguir cumprir a meta estipulada para o défice deste ano voltou a ser o tema de todas as análises económicas.
Este grave erro de previsão junta-se a um outro grave erro de previsão: a taxa de desemprego. Na verdade, o governo tinha previsto um número de desempregados muito inferior ao actualmente registado. O governo não só previu mal, como ainda agora continua sem fazer a mais pequena ideia da evolução desta calamidade social.
Os erros sucedem-se em todos os domínios da economia: também ao nível da despesa, Gaspar e Coelho enganaram-se, a despesa é inferior ao esperado. O curioso é verificar que, para além de objectivamente terem errado, ambos não sabem explicar por que razão a despesa baixou. Põem a hipótese de a causa do fenómeno estar relacionada com o elevado número de reformas ocorrido na Função Pública — o que, segundo alguns economistas, é uma explicação manifestamente insuficiente. Ou seja, a despesa do Estado baixou não por consequência de uma estratégia definida, mas por acaso, porque sim, porque os deuses quiseram...
Somos governados deste modo: com erros, lapsos e dislates a somarem mais que o número de dias que este governo leva de existência. 
Falando de forma apressada ou pausada, este governo é invariavelmente incompetente.