A CAMINHO DO MANICÓMIO
Em ruidosas linhas as gordas carripanas
Passam por casas que parecem sepulturas.
Acocoram-se às esquinas carroças de bananas.
Um pouco de esterco alegra crianças duras.
Bestas humanas vão passando, alienadas,
No cenário de miséria da rua viva e baça,
Brotam trabalhadores de portas arruinadas.
Calmo, um homem cansado atravessa uma praça.
Arrasta-se um caixão atrás de uma parelha,
Mole como verme, rua abaixo sem ruído.
E a cobrir tudo isto, farrapagem velha —
O céu... de ar paganizado e sem sentido.
Alfred Lichtenstein
(Trad.: João Barrento)