«E depois, que Deus nos ajude, estava mesmo doente.
Alisei-lhe o cabelo, mas ela encolheu-se, recuou, agitou os braços. A mãe foi buscar água e um pano para a lavar, mas isso só teve o efeito de gengibre no rabo de um cavalo e a velha senhora nada pôde fazer senão retirar-se e aguardar. E assim, menos de uma hora depois de termos declarado tão apaixonadamente que o nosso amor continuava vivo, sentei-me em cima de uma trouxa de trajes romanos, consumido pelo medo de que Mathilde fosse morrer.
E embora, durante os trinta e sete dias anteriores, me tivesse enraivecido contra o seu coração frio e enganador, agora só conseguia pensar no nosso pequeno ninho no faubourg Saint-Antoine e na felicidade que havíamos partilhado. E desejava ter um Deus com quem falar.»
Peter Carey, Parrot e Olivier na América, Gradiva.