Talvez tenha sido distracção minha, mas fiquei com a impressão de que foi dada muito pouca importância a uma relevantíssima notícia que ouvi na rádio, a meio da semana passada: um estudo da Comissão Europeia analisou as medidas tomadas entre 2009 e Junho de 2011 pelos seis países mais atingidos pela crise e chegou à conclusão de que Portugal é o único onde as medidas de austeridade exigiram um maior esforço financeiro aos pobres do que aos ricos.
Como dizia o poeta, esta é a espantosa realidade das coisas. Portugal, na altura governado por um partido designado de socialista e por um primeiro-ministro que se afirmava o campeão do Estado Social e da solidariedade com os mais desfavorecidos, foi o país que mais poupou os ricos e mais castigou os pobres nas medidas adoptadas para combater a crise. Segundo o estudo, «Portugal foi o único país com uma distribuição claramente regressiva», o que significa que aos pobres foi exigido proporcionalmente muito mais do que foi exigido aos ricos na contribuição para o reequilíbrio das contas públicas.
Parece que já éramos o país da União Europeia em que existia a maior desigualdade entre ricos e pobres, mas, mesmo assim, Sócrates e o PS optaram por aprofundar essa desigualdade, elevando o nosso índice de pobreza a um nível moralmente obsceno.
Seria oportuno solicitar ao ex-primeiro-ministro um comentário aos resultados deste estudo da Comissão Europeia.
E será oportuno que a Comissão Europeia complete esse estudo com a análise do que se passou no segundo semestre de 2011, cuja governação já foi da responsabilidade do PSD e do CDS. Só para ficarmos completamente esclarecidos.
E será oportuno que a Comissão Europeia complete esse estudo com a análise do que se passou no segundo semestre de 2011, cuja governação já foi da responsabilidade do PSD e do CDS. Só para ficarmos completamente esclarecidos.