No calendário, o Carnaval ainda não chegou, mas, em Portugal, já é vivido intensamente.
Ver Passos Coelho afirmar, enquanto afivelava um ar de gravidade, que está a cumprir o que prometeu, isto é, que não está a dar emprego aos amigos, só pode ser entendido como um número de Carnaval.
Ouvir Eduardo Catroga falar é, invariavelmente, um momento carnavalesco.
Verificar que o ministro das Finanças cometeu um erro de palmatória na elaboração do Orçamento do Estado para 2012 — erro que implica que o défice previsto já tenha subido para 5,4%, e ainda o Orçamento mal começou a ser executado —, só pode ser compreendido como uma partida de Carnaval.
Escutar que aquela meia hora de trabalho a mais (até há pouco tempo considerada pelo Governo como uma medida imprescindível para relançar a economia) já não vai avançar; e que o anunciado fim das «pontes» (outra medida também anunciada pelo ministro da Economia como essencial para pôr o país a trabalhar mais) também já não vai para a frente, só pode ter uma interpretação: quando o ministro dizia que a nossa salvação residia em tais medidas, ele estava apenas a «carnavalar» connosco.
Ler que o secretário de Estado da Segurança Social deu ordem para que 117 mil cidadãos devolvam, em 30 dias, os 570 milhões de euros que, alegadamente, o Estado não lhes deveria ter abonado, só pode ser visto como um pretexto de ensaio do desfile carnavalesco.
Saber que Jardim pretende assumir agora o papel do governante responsável que não quer assinar acordos por saber que não os pode cumprir, só pode ser visto como um número do Carnaval da Madeira, que Jardim, até hoje, ainda não tinha tentado.
Este ano, no que diz respeito a carnavais, vamos pedir meças ao Brasil...
Este ano, no que diz respeito a carnavais, vamos pedir meças ao Brasil...