Fui ao teatro
ver ROCK ´N´ ROLL, de Tom Stoppard.
Assunto – Encontro com as crenças (ou com os seus fingimentos) (ou com as suas ausências) de gerações, a partir da Primavera de Praga, de 1968. O tempo real vai desde 1968 a meados dos anos 80, seguindo o evoluir das personagens em Cambridge e em Praga, com as consequentes contradições/ligações entre o modo de vida inglês e o checo pré-queda-do-muro-de-Berlim.
Aspectos técnico/estéticos – Há um percurso paralelo, na narrativa, entre a evolução sócio-política e a música popular (Beach Boys, Rolling Stones, U2, e outros), evidenciando-se a discussão sobre o papel da música (e da arte, em geral) na transformação da sociedade (ou na manutenção da sua estrutura). Tudo actualizado na representação, pois um dos personagens é melómano de música popular. E isto é marcado com pequenas pausas musicadas que intervalam a mudança de cenários, estes, embora não minimalistas, escorreitos e sem excessos.
Actuação – Evidencia-se o trabalho de Beatriz Bartarda, em dois papéis polarizados, que de alguma maneira marcam a divisão das duas partes da obra. Considero-a uma das melhores actrizes do panorama teatral português.
Como podem ver, não tentei explicitar nem a minha opinião nem o meu sentir em relação ao espectáculo (especialistas-conselheiros há-os para aí aos pontapés). Vão ver, e depois conversamos.