Ontem, estive mesmo para comprar o Correio da Manhã. Mas, momentos antes de cair em tentação e pecar, lembrei-me da possibilidade de a net me salvar a honra e de lá poder encontrar o que vinha anunciado na primeira página daquilo que dizem que é uma espécie de jornal.
Duas personagens eram anunciadas no frontispício: uma a entrevistar e outra a ser entrevistada. A que entrevistava dá pelo nome de António Ribeiro Ferreira, e dizem que é uma espécie de jornalista (um daqueles que insultou os professores do pior que se pode imaginar que seja publicável), e a entrevistada dá pelo nome de Maria de Lurdes Rodrigues.
A verdade é que poupei o dinheiro e não pequei. Na net está lá tudo: são à volta de 80 perguntas, com comentários à mistura, do jornalista Ferreira, e as respectivas respostas da ministra. É um diálogo único, inesquecível, cuja leitura recomendo vivamente (na net, claro, não comprem aquilo).
O perguntar é cândido e embevecido e o responder singelo e enternecedor. A entrevista não diz rigorosamente nada de novo, contudo tem um fascínio que faz dela um documento inesquecível: a empatia entre inquiridor e inquirida é tal que nós, mesmo sem querermos, ficamos sensibilizados pelo ambiente que se viveu naquela «pequena sala do 13º andar do Ministério da Educação».
Para quem não teve o prazer de ler o diálogo – tenho dificuldade em chamar àquilo uma entrevista – transcrevo parte da nota com a qual o jornalista Ferreira encerra o texto:
«Maria de Lurdes Rodrigues não pára, muitas vezes nem para almoçar. A semana que passou foi uma delas. Praticamente sem tempo para almoçar. E a mulher dura, necessariamente com muito mau feitio para suportar os ataques duríssimos de sindicatos e da generalidade dos partidos da Oposição, é uma senhora adorável que pergunta ao jornalista se pode ir comendo umas bolachas durante a entrevista.»
O enternecedor pormenor das bolachas revela não só o quão adorável a senhora é como o quão perspicaz o jornalista Ferreira é.
Tenho intenção de voltar a este assunto, amanhã.
Duas personagens eram anunciadas no frontispício: uma a entrevistar e outra a ser entrevistada. A que entrevistava dá pelo nome de António Ribeiro Ferreira, e dizem que é uma espécie de jornalista (um daqueles que insultou os professores do pior que se pode imaginar que seja publicável), e a entrevistada dá pelo nome de Maria de Lurdes Rodrigues.
A verdade é que poupei o dinheiro e não pequei. Na net está lá tudo: são à volta de 80 perguntas, com comentários à mistura, do jornalista Ferreira, e as respectivas respostas da ministra. É um diálogo único, inesquecível, cuja leitura recomendo vivamente (na net, claro, não comprem aquilo).
O perguntar é cândido e embevecido e o responder singelo e enternecedor. A entrevista não diz rigorosamente nada de novo, contudo tem um fascínio que faz dela um documento inesquecível: a empatia entre inquiridor e inquirida é tal que nós, mesmo sem querermos, ficamos sensibilizados pelo ambiente que se viveu naquela «pequena sala do 13º andar do Ministério da Educação».
Para quem não teve o prazer de ler o diálogo – tenho dificuldade em chamar àquilo uma entrevista – transcrevo parte da nota com a qual o jornalista Ferreira encerra o texto:
«Maria de Lurdes Rodrigues não pára, muitas vezes nem para almoçar. A semana que passou foi uma delas. Praticamente sem tempo para almoçar. E a mulher dura, necessariamente com muito mau feitio para suportar os ataques duríssimos de sindicatos e da generalidade dos partidos da Oposição, é uma senhora adorável que pergunta ao jornalista se pode ir comendo umas bolachas durante a entrevista.»
O enternecedor pormenor das bolachas revela não só o quão adorável a senhora é como o quão perspicaz o jornalista Ferreira é.
Tenho intenção de voltar a este assunto, amanhã.