segunda-feira, 28 de março de 2011

Notas do fim-de-semana

«Sócrates devia ser internado a bem da Nação» (Alípio de Freitas)

Fundo e FMI vêm já em Abril

Avante! minimiza manifestação 'à rasca'

Saúde compra equipamento em excesso

Buraco financeiro da EP [Estradas de Portugal] agrava-se

Triplicam queixas por atrasos na Justiça
Sol (25/3/11)

Congresso [PS] com vista para congresso extraordinário e sucessão de Sócrates
Público (25/3/11)

Professores ganharam a guerra da avaliação

PR trava auditoria do PSD às contas públicas
Expresso (26/3/11)
 
O FMI chega em Abril, a Saúde continua a esbanjar dinheiro, a Justiça mantém-se em estado comatoso, as empresas públicas têm buracos gigantescos, os juros não param de subir, ou seja, Portugal afunda-se, mas ninguém é responsável pelo afundamento.
O PS está há seis anos consecutivos no Governo e considera que o assunto da responsabilidade do afundamento de Portugal não é com ele. Sócrates está à frente do Governo há seis anos e apresenta-se ao país com a inocência de quem acabou de tomar posse.
Foi também com esta inocência e com idêntica naturalidade que os nossos responsáveis políticos ouviram e aceitaram, sem indignação, sem protesto, sem reparo sequer, o discurso da senhora Merkel, na quinta-feira, de manhã, no Parlamento alemão, sobre a decisão da Assembleia da República, de reprovar o PEC 4. Merkel considerou-se no direito de dar um público puxão de orelhas ao parlamento português, e os nossos subservientes representantes nem uma reacção esboçaram. 
É esta a qualidade dos dirigentes europeus e nacionais que temos. Não é pois de admirar que a União Europeia não passe de uma manta de retalhos e que Portugal não seja mais que um mendicante desse retalho. 

A revogação do incompetente sistema de avaliação dos professores fez emergir, mais uma vez, as vozes daqueles que, sem terem lido uma linha desse pretenso sistema avaliativo, sem fazerem a menor ideia do que estão a falar, se consideram capacitados para emitir juízos de valor sobre essa realidade que desconhecem em absoluto. Até deputados, como Pacheco Pereira, que tinham a obrigação ética e política de saber o que votam e porque votam, revelam uma vergonhosa ignorância da matéria que é objecto do seu voto e limitam-se a decidir em função de clichés que ouvem e que mecanicamente mimetizam. 
Vivemos do ruído e para o ruído. A substância dos problemas, essa, não interessa a quase ninguém.

Última nota: por que razão o presidente da República e Bruxelas não querem que as nossas contas públicas sejam auditadas?