segunda-feira, 14 de março de 2011

Notas do fim-de-semana

Juiz Carlos Alexandre acredita ter sido alvo de escutas ilegais na investigação do Freeport
Público (11/3/11)

Contagem decrescente começa hoje
Sol (11/3/11)

Presidente critica interpretação "distorcida" do seu discurso mas omite alvos da acusação

Passos Coelho chumba o novo plano de austeridade de José Sócrates
— Mais de 250 mil pensionistas perdem rendimento com o quarto plano de austeridade apresentado pelo Governo em menos de uma ano —
Público (12/3/11)

Pacote extra para tapar "buraco" nas eleições

Cavaco prepara terreno para eleições

Governo português queria contabilizar o buraco do BPN no défice de 2008. Bruxelas não aceita o truque de contabilidade
Expresso (12/3/11)

Geração à Rasca arrasta pais e avós para a rua
— Centenas de milhares de manifestantes no Porto e em Lisboa —

Todas as idades, todos os grupos, todas as palavras de ordem

Enchente em Faro. Todas as gerações em Leiria. Pais e avós em Viseu. Milhares no Minho. Velhos gritos em Coimbra. Poucos na Madeira.
Público (13/3/11)

Cavaco Silva está a transformar-se numa figura quase só caricata. Depois de ter sido ele, enquanto primeiro-ministro, a incentivar a destruição das nossas frotas pesqueiras e a virar as costas ao mar, descobriu recentemente que o nosso futuro passa pelo aproveitamento da nossa riqueza marítima. Depois de ter sido ele, enquanto primeiro-ministro, a abrir caminho para o abandono maciço da actividade agrícola, descobriu recentemente que necessitamos de uma agricultura próspera. Depois de ter sido ele, enquanto presidente da República, a elogiar publicamente a desastrosa política educativa de Lurdes Rodrigues, descobriu tardiamente, mas não suficientemente, que os professores tinham razão. Depois de ter sido ele, através do silêncio, que permitiu que se generalizasse a suspeita de haver escutas em Belém, veio depois atabalhoadamente afirmar que afinal não havia escutas. Depois de ter promulgado a lei que permitiu o corte nos vencimentos dos profissionais do Estado, descobriu, dois dias antes das eleições para a Presidência da República, que esse corte tinha sido injusto e que existiam alternativas bem mais respeitadoras da distribuição equitativa dos sacrifícios. Depois de, no discurso da tomada de posse  do cargo de Presidente, ter feito um discurso que arrasava a política do Governo, descobriu que afinal não tinha feito esse discurso e que estava a ser mal interpretado. Governo e Presidente merecem-se.

As manifestações de todas as gerações à rasca surpreenderam pela dimensão que atingiram. Resta saber se quem se manifestou está disponível para dar continuidade àquilo que iniciou. 
Para se operarem mudanças significativas nas opções políticas não chega uma ou duas manifestações, porque o que, neste momento, está em causa não é apenas uma mudança de protagonistas é também uma mudança de políticas. É verdade que expulsar os actuais responsáveis políticos, em particular José Sócrates, é um imperativo não só político mas também ético. Sócrates ficará na nossa história como um político medíocre, aventureiro e irresponsável que conduziu Portugal a uma degradação económica, social e educacional nunca registada, depois do 25 de Abril. Para além disto, Sócrates fez degradar o exercício da política a um nível inimaginável. Repugna, aliás, pensar que ele possa estar muito mais tempo à frente dos nossos destinos.
Todavia, não chega substituir o pessoal político. É preciso mudar de rumo político e isso exige a mobilização cívica permanente de toda a sociedade. Julgo que só a consciencialização desta necessidade é que, no futuro, poderá marcar a diferença.