Exílio
Em silêncio
a canoa sobrecarregada deixa as nossas costas
Mas quem são estes soldados de camuflado,
Estas nuvens que irão chover em terras estranhas?
A noite está a perder os seus tesouros
O futuro parece um mito
Urdido num tear manejado por mãos indolentes.
Mas talvez nem tudo seja mau para nós
Como da porta de uma cabana a mil quilómetros de distância
A mão esquálida de uma criança cumprimenta
Os dedos compridos e ossudos da chuva.
Mbella Sonne Dipoko
(Trad.: José Alberto Oliveira)