segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Registos do fim-de-semana

Semana de pânico
— Dívida externa cresce assustadoramente. Dívidas às farmácias ultrapassam os 1.000 milhões. Ameaça de ruptura financeira volta a colocar-se. Fantasma do FMI agiganta-se —

'Nem pensem que me demito'
— PGR foi objecto de duras críticas no Conselho Superior da Magistratura, vê-se obrigado a substituir o seu vice, que estava ilegal, e na 3.ª feira vai ser alvo de uma denúncia no Parlamento por parte de um conselheiro —
Sol (17/9/10)

Mercados financeiros mostram novo cartão vermelho a Portugal
— Juros da dívida disparam para seis por cento. Para Espanha descem —

Idosos mais carenciados deixam de ter medicamentos grátis

Contratos de trabalhadores a recibo verde estão a disparar nas câmaras municipais
Público (17/9/10)

O 'melhor' aluno do país entrou na faculdade sem terminar o liceu
— Programa Novas Oportunidades pode ser usado como 'via verde' para facilitar entrada no superior

Cândida de Almeida exige voto de confiança

Estado já perdeu 459 médicos em 2010
Expresso (18/9/10)

Não é desta que as turmas ficam mais pequenas
— Projectos de lei do PCP e do BE não vão conseguir passar na Assembleia da República —
Público (18/9/10)

O oásis socrático está a desmoronar-se e a semana passada foi uma semana de pânico, revelam todos os jornais. Sócrates, como sempre, desmente, porque, lamentavelmente para todos nós, há muito que ele trocou as funções de primeiro-ministro pelas funções de primeiro-irresponsável. Mas Sócrates não desmente, porque não pode, o aumento da despesa pública, da dívida pública e do endividamento externo. E o constante aumento dos juros que nos cobram pelo financiamento da nossa dívida. Todavia, esses são os mesmos juros que, enquanto para nós sobem, para Espanha descem.

PGR não se demite. Em Portugal é assim: ninguém se demite de nada, os próprios nunca conseguem encontrar um motivo que os leve a tomar a decisão de se demitirem. Por maiores que tenham sido as barbaridades cometidas, as ilegalidades praticadas, a incompetência demonstrada, nada serve para que alguém se demita. O rol é imenso, mas basta recordar casos recentes: Sócrates, Lurdes Rodrigues, Isaltino de Morais, Valentim Loureiro, Fátima Felgueiras, Gilberto Madaíl. Gente famosa que tem em comum a qualidade de se manter agarrada ao poder aconteça o que acontecer. Pinto Monteiro passou a integrar o grupo.

Para as Novas Oportunidades e em força! Para quem não quer ter a maçada de concluir o 12.º ano; para quem não quer ter de passar pelo aborrecimento de fazer 4 exames nacionais (dois no 11.º e dois no 12.º anos); para quem não quer a chatice de cumprir 12 anos de escolaridade, quando pode reduzir a coisa a metade; para quem não quer ter a ralação de fazer médias entre as classificações do 12º. ano e as classificações dos exames nacionais, as Novas Oportunidades são o caminho a seguir. Tudo legal, tudo certificado, no problem. Todos para as Novas Oportunidades e em força!

Recorrentemente, PS e PSD (aos quais se juntou agora o CDS) mostram ser, independentemente dos arrufos mediáticos e até de alguma incomodativa histeria, dois partidos siameses, duas faces da mesma moeda. De substantivo, nada distingue um do outro.
Votando contra (PS) ou abstendo-se (PSD), ambos vão impedir que uma medida fundamental no combate ao insucesso escolar se venha a concretizar: a redução do número máximo de alunos por turma. É a política sem escrúpulos.