Observar o que se passa na política portuguesa é uma dor de alma, de peito, de tudo.
De todos os lados, os comportamentos e a linguagem dos responsáveis políticos constrangem quem ouve e vê. À mescla de desnorte, arrogância e incompetência de Sócrates e do PS junta-se idêntico desnorte e idêntica incompetência do PSD (salva-se a ausência de arrogância e de pesporrência por parte de Passos Coelho. Valha-nos isso!). Os outros partidos alternam entre a crítica e a denúncia justas e certeiras e o «bitaite» proferido, não poucas vezes, em linguagem chã.
Aqueles que deveriam dar o exemplo comportam-se como catraios, brincam com coisas sérias, e o povo assiste complacente.
Mas, desgraçadamente, temos aquilo que merecemos.
O nosso comportamento colectivo reduz-se à bandeira na janela, ao insulto ao árbitro ou ao deleite embasbacado por um rapaz que dá uns pontapés numa bola e que acumula gel na cabeça como dinheiro no banco. Como diz a canção, não importa sol ou sombra, futeboladas é que é, desde que o trigésimo quinto empréstimo pedido ao banco ainda assegure as aparências nos próximos meses. E quando deixar de assegurar, alguma coisa se há-de arranjar para desenrascar.
Quando a futebolada não rende, inicia-se, então, o coro das lamentações, do choradinho e do «Valha-me Nossa Senhora!» Mesmo quando surgem manifestações de protesto, por maiores que sejam, esse protesto, na realidade, não passa de um arrufo, provocado por um conjuntural interesse próprio atingido ou por umas convicções da treta que rapidamente são esquecidas.
Vivemos adormecidos ou pasmados ou a pedir. São os três estados de alma que melhor nos caracterizam.
Agora, para além do adormecimento e do pasmatório vivemos a fase da pedinchice. Pedimos dinheiro a toda a gente. Pedimos dinheiro para pagar a incompetência de Sócrates e a nossa incompetência — a incompetência de Sócrates, porque levou o país à iminência da bancarrota, e a nossa incompetência, porque não sabemos governar as nossas vidas; pedimos encarecidamente que confiem em nós e que não nos cobrem juros muito altos; e já pedimos, até, que o FMI nos venha salvar. A intelectualidade económica e a intelectualidade mediática já revela esse desejo e essa ânsia. Não temos dinheiro nem temos vergonha.
Um povo embasbacado e uma elite medíocre. É nisto que estamos.
De todos os lados, os comportamentos e a linguagem dos responsáveis políticos constrangem quem ouve e vê. À mescla de desnorte, arrogância e incompetência de Sócrates e do PS junta-se idêntico desnorte e idêntica incompetência do PSD (salva-se a ausência de arrogância e de pesporrência por parte de Passos Coelho. Valha-nos isso!). Os outros partidos alternam entre a crítica e a denúncia justas e certeiras e o «bitaite» proferido, não poucas vezes, em linguagem chã.
Aqueles que deveriam dar o exemplo comportam-se como catraios, brincam com coisas sérias, e o povo assiste complacente.
Mas, desgraçadamente, temos aquilo que merecemos.
O nosso comportamento colectivo reduz-se à bandeira na janela, ao insulto ao árbitro ou ao deleite embasbacado por um rapaz que dá uns pontapés numa bola e que acumula gel na cabeça como dinheiro no banco. Como diz a canção, não importa sol ou sombra, futeboladas é que é, desde que o trigésimo quinto empréstimo pedido ao banco ainda assegure as aparências nos próximos meses. E quando deixar de assegurar, alguma coisa se há-de arranjar para desenrascar.
Quando a futebolada não rende, inicia-se, então, o coro das lamentações, do choradinho e do «Valha-me Nossa Senhora!» Mesmo quando surgem manifestações de protesto, por maiores que sejam, esse protesto, na realidade, não passa de um arrufo, provocado por um conjuntural interesse próprio atingido ou por umas convicções da treta que rapidamente são esquecidas.
Vivemos adormecidos ou pasmados ou a pedir. São os três estados de alma que melhor nos caracterizam.
Agora, para além do adormecimento e do pasmatório vivemos a fase da pedinchice. Pedimos dinheiro a toda a gente. Pedimos dinheiro para pagar a incompetência de Sócrates e a nossa incompetência — a incompetência de Sócrates, porque levou o país à iminência da bancarrota, e a nossa incompetência, porque não sabemos governar as nossas vidas; pedimos encarecidamente que confiem em nós e que não nos cobrem juros muito altos; e já pedimos, até, que o FMI nos venha salvar. A intelectualidade económica e a intelectualidade mediática já revela esse desejo e essa ânsia. Não temos dinheiro nem temos vergonha.
Um povo embasbacado e uma elite medíocre. É nisto que estamos.