É cansativo ouvir Sócrates falar. É cansativo e é gerador de indignação e de revolta. Não tenho memória de ter conhecido um chefe de Governo tão politicamente hipócrita.
O que hoje, no Parlamento, Sócrates afirmou sobre a avaliação dos professores foi uma sucessão de falsidades. Três exemplos.
Falsidade 1: «Antes deste modelo, não havia avaliação dos professores.» É factualmente falso. Sócrates sabe que é factualmente falso e, contudo, sem pudor, afirma-o. O sistema de avaliação era mau, mas existia um sistema de avaliação. O sistema de avaliação era mau, mas era melhor e mais sério que o actual sistema, ou seja, era melhor e mais sério que o sistema que ele próprio, Sócrates, impôs.
Para além disso, Sócrates acusa, e fá-lo sem nenhum sinal de vergonha, o Governo PSD/CDS de ter pactuado com a pretensa ausência de avaliação dos professores, quando ele, Sócrates, foi membro de dois Governos em que o sistema de avaliação era rigorosamente o mesmo — o tal que ele diz não ter existido.
Falsidade 2:«Seria irresponsável suspender a avaliação em curso, porque já foram avaliados 48 mil professores, 3% dos quais com a classificação de excelente.» Não haverá acto mais responsável, sério e justo do que suspender a vergonhosa avaliação em curso. Mantê-la é que é irresponsável. É irresponsável manter uma avaliação que assenta na escolha arbitrária dos avaliadores, resultante do vergonhoso concurso para professor titular. É irresponsável manter uma avaliação cujos avaliadores não tiveram, nem têm, nenhuma preparação séria para o exercício dessa função. É irresponsável manter uma avaliação cujos objectivos individuais, que deveriam ser entregues no início do ano lectivo, foram entregues a meio ou mesmo no final do ano lectivo. É irresponsável manter uma avaliação que classifica de excelente o desempenho de um professor com base em apenas duas aulas observadas. É irresponsável manter uma avaliação que foi criada com o único objectivo de poupar dinheiro, sem qualquer preocupação de melhorar o desempenho docente.
Que seriedade, que fiabilidade, que justiça tem esta avaliação? Nenhuma. Nem é fiável, nem é séria, nem é justa. Mantê-la é um acto de irresponsabilidade.
Falsidade 3: «É melhor ter uma má avaliação do que não ter nenhuma.» Não, não é melhor. É pior, é muito pior. Avaliar mal é pior que não avaliar. Avaliar mal significa tirar conclusões erradas sobre o trabalho realizado. Ora se a avaliação tem como objectivo primeiro a permanente melhoria do desempenho, esse desempenho nunca poderá melhorar — pelo contrário, piorará — se a avaliação foi mal feita. Não é possível melhorar o que foi feito, se o diagnóstico sobre o que foi feito estiver errado, se for um diagnóstico deficiente. As indicações que resultam dessa avaliação serão, pois, más indicações, que conduzirão o desempenho futuro por caminhos errados.
Para além disto, do ponto de vista humano, uma avaliação incompetente é uma avaliação que ou gera desânimo ou gera revolta, naqueles que são mal avaliados, e gera, inevitavelmente, conflitualidade, atrito e, acima de tudo, irreparáveis injustiças.
O que hoje, no Parlamento, Sócrates afirmou sobre a avaliação dos professores foi uma sucessão de falsidades. Três exemplos.
Falsidade 1: «Antes deste modelo, não havia avaliação dos professores.» É factualmente falso. Sócrates sabe que é factualmente falso e, contudo, sem pudor, afirma-o. O sistema de avaliação era mau, mas existia um sistema de avaliação. O sistema de avaliação era mau, mas era melhor e mais sério que o actual sistema, ou seja, era melhor e mais sério que o sistema que ele próprio, Sócrates, impôs.
Para além disso, Sócrates acusa, e fá-lo sem nenhum sinal de vergonha, o Governo PSD/CDS de ter pactuado com a pretensa ausência de avaliação dos professores, quando ele, Sócrates, foi membro de dois Governos em que o sistema de avaliação era rigorosamente o mesmo — o tal que ele diz não ter existido.
Falsidade 2:«Seria irresponsável suspender a avaliação em curso, porque já foram avaliados 48 mil professores, 3% dos quais com a classificação de excelente.» Não haverá acto mais responsável, sério e justo do que suspender a vergonhosa avaliação em curso. Mantê-la é que é irresponsável. É irresponsável manter uma avaliação que assenta na escolha arbitrária dos avaliadores, resultante do vergonhoso concurso para professor titular. É irresponsável manter uma avaliação cujos avaliadores não tiveram, nem têm, nenhuma preparação séria para o exercício dessa função. É irresponsável manter uma avaliação cujos objectivos individuais, que deveriam ser entregues no início do ano lectivo, foram entregues a meio ou mesmo no final do ano lectivo. É irresponsável manter uma avaliação que classifica de excelente o desempenho de um professor com base em apenas duas aulas observadas. É irresponsável manter uma avaliação que foi criada com o único objectivo de poupar dinheiro, sem qualquer preocupação de melhorar o desempenho docente.
Que seriedade, que fiabilidade, que justiça tem esta avaliação? Nenhuma. Nem é fiável, nem é séria, nem é justa. Mantê-la é um acto de irresponsabilidade.
Falsidade 3: «É melhor ter uma má avaliação do que não ter nenhuma.» Não, não é melhor. É pior, é muito pior. Avaliar mal é pior que não avaliar. Avaliar mal significa tirar conclusões erradas sobre o trabalho realizado. Ora se a avaliação tem como objectivo primeiro a permanente melhoria do desempenho, esse desempenho nunca poderá melhorar — pelo contrário, piorará — se a avaliação foi mal feita. Não é possível melhorar o que foi feito, se o diagnóstico sobre o que foi feito estiver errado, se for um diagnóstico deficiente. As indicações que resultam dessa avaliação serão, pois, más indicações, que conduzirão o desempenho futuro por caminhos errados.
Para além disto, do ponto de vista humano, uma avaliação incompetente é uma avaliação que ou gera desânimo ou gera revolta, naqueles que são mal avaliados, e gera, inevitavelmente, conflitualidade, atrito e, acima de tudo, irreparáveis injustiças.