A nova equipa do Ministério da Educação e os sindicatos vão sentar-se, amanhã, à mesa das negociações.
Um breve apontamento sobre este assunto.
Desde a passada quinta-feira, após o discurso de José Sócrates, na apresentação do programa do Governo, e das suas respostas de recusa da suspensão da avaliação, que se pode verificar a existência de algumas nuances em alguns discursos de alguns responsáveis políticos e sindicais.
Vou ser claro: do que pude ouvir e ler (não excluo que não tenha ouvido algo de importante), o PSD, o BE e o PCP mantiveram o mesmo discurso antes e após as referidas intervenções de Sócrates; o CDS e alguns sindicatos de professores (não sei se todos) introduziram aquilo que me parecem ser as tais nuances.
O CDS foi o primeiro, e logo no decurso do debate do programa do Governo: falava inicialmente em suspensão da avaliação, depois, passou a falar em «suspensão do que está mal no modelo.» (O sublinhado é meu)
Isto poderia não querer dizer nada, porque, em abono da verdade, como o modelo é uma aberração de alto a baixo, significaria que teria que ser todo suspenso, na mesma. Mas todos sabemos que, em grande parte da política e em grande parte dos políticos que a protagonizam, estas pequenas inflexões no discurso são o prenúncio de grandes alterações na substância.
Mas espero, sinceramente, estar enganado.
Os sindicatos foram os segundos. No sítio da FENPROF, na página onde é apresentada a Resolução do seu último Conselho Nacional, lê-se:«Durante a conferência de imprensa, Mário Nogueira salientou o que pretende a FENPROF quando reivindica a "suspensão da avaliação". Não é interromper o primeiro ciclo avaliativo, como, de forma completamente injustificada, alguns membros do Governo clamam, mas sim [...]» (o sublinhado é meu) e, de seguida, citam-se as três alíneas do ponto 1 da Resolução do Conselho Nacional (v. o post anterior).
Com esta nuance, fiquei a saber que suspender a avaliação não é bem suspender a avaliação. Nas palavras de Mário Nogueira, suspender a avaliação não é interromper o primeiro ciclo avaliativo! Suspender a avaliação é:
- prosseguir o primeiro ciclo avaliativo;
- suspender o segundo ciclo;
- e é suspender os efeitos das classificações de Muito Bom e Excelente.
Nota 1: Não compreendo que se aceite prosseguir aquilo que durante dois anos foi justamente classificado como uma monstruosa incompetência e um pântano de injustiças.
Nota 2: Não compreendo que se parta para negociações com anunciadas posições enfraquecidas.
Nota 3: Espero que a utilização do verbo suspender, relativamente aos efeitos das classificações de Muito Bom e Excelente, signifique, de facto, anular.
Como disse em relação à posição do CDS, estas nuances, em regra, não são prenúncio de nada de bom.
Mas espero, sinceramente, estar enganado.
Um breve apontamento sobre este assunto.
Desde a passada quinta-feira, após o discurso de José Sócrates, na apresentação do programa do Governo, e das suas respostas de recusa da suspensão da avaliação, que se pode verificar a existência de algumas nuances em alguns discursos de alguns responsáveis políticos e sindicais.
Vou ser claro: do que pude ouvir e ler (não excluo que não tenha ouvido algo de importante), o PSD, o BE e o PCP mantiveram o mesmo discurso antes e após as referidas intervenções de Sócrates; o CDS e alguns sindicatos de professores (não sei se todos) introduziram aquilo que me parecem ser as tais nuances.
O CDS foi o primeiro, e logo no decurso do debate do programa do Governo: falava inicialmente em suspensão da avaliação, depois, passou a falar em «suspensão do que está mal no modelo.» (O sublinhado é meu)
Isto poderia não querer dizer nada, porque, em abono da verdade, como o modelo é uma aberração de alto a baixo, significaria que teria que ser todo suspenso, na mesma. Mas todos sabemos que, em grande parte da política e em grande parte dos políticos que a protagonizam, estas pequenas inflexões no discurso são o prenúncio de grandes alterações na substância.
Mas espero, sinceramente, estar enganado.
Os sindicatos foram os segundos. No sítio da FENPROF, na página onde é apresentada a Resolução do seu último Conselho Nacional, lê-se:«Durante a conferência de imprensa, Mário Nogueira salientou o que pretende a FENPROF quando reivindica a "suspensão da avaliação". Não é interromper o primeiro ciclo avaliativo, como, de forma completamente injustificada, alguns membros do Governo clamam, mas sim [...]» (o sublinhado é meu) e, de seguida, citam-se as três alíneas do ponto 1 da Resolução do Conselho Nacional (v. o post anterior).
Com esta nuance, fiquei a saber que suspender a avaliação não é bem suspender a avaliação. Nas palavras de Mário Nogueira, suspender a avaliação não é interromper o primeiro ciclo avaliativo! Suspender a avaliação é:
- prosseguir o primeiro ciclo avaliativo;
- suspender o segundo ciclo;
- e é suspender os efeitos das classificações de Muito Bom e Excelente.
Nota 1: Não compreendo que se aceite prosseguir aquilo que durante dois anos foi justamente classificado como uma monstruosa incompetência e um pântano de injustiças.
Nota 2: Não compreendo que se parta para negociações com anunciadas posições enfraquecidas.
Nota 3: Espero que a utilização do verbo suspender, relativamente aos efeitos das classificações de Muito Bom e Excelente, signifique, de facto, anular.
Como disse em relação à posição do CDS, estas nuances, em regra, não são prenúncio de nada de bom.
Mas espero, sinceramente, estar enganado.