Antes de tomar posse do cargo de ministra da Educação, o que Isabel Alçada tinha de politicamente relevante no seu currículo eram duas coisas:
- ter apoiado e elogiado publicamente o mandato de Maria de Lurdes Rodrigues;
- ter aceitado ser ministra de José Sócrates.
Partindo do pressuposto de que ambos os comportamentos foram voluntários e não fruto de qualquer constrangimento ou interesse pessoal, a avaliação política de Isabel Alçada só pode ser má.
Ter apoiado, por livre e maturada decisão, aquela que considero ter sido a pior ministra(o) da Educação, desde o 25 de Abril, e ter aceitado trabalhar debaixo das orientações do primeiro-ministro mais arrogante, mais demagogo e menos qualificado para o cargo (para não falar nas trapalhadas em que permanentemente está envolvido), desde que temos, nesta República, governos constitucionais, são sinais de que não podem existir grandes expectativas relativamente ao seu desempenho.
Depois de tomar posse do cargo de ministra da Educação, o que já fez, objectivamente, Isabel Alçada?
Apenas, e também, duas coisas: decidiu (sem a oposição dos sindicatos, conforme ontem teve o cuidado de enfatizar) que este modelo de avaliação é para continuar até ao fim do seu primeiro ciclo; e prometeu diálogo e alterações.
Estas duas coisas são positivas? A primeira é uma decisão péssima, porque significa conivência objectiva com a institucionalização da monstruosa incompetência e da absoluta arbitrariedade do actual sistema de avaliação; e a segunda é uma decisão meramente formal, vazia de conteúdo. Que alterações vão ser feitas? Ninguém sabe. Que ideias há para o futuro? Ainda não disse.
A entrevista de ontem esclareceu alguma coisa? Não esclareceu nada, apenas reafirmou o que já se sabia. Para além disto e do sorriso permanente, nada de substantivo foi dito pela ministra, nem sequer em matéria específica de Educação. Houve mesmo momentos confrangedores em que a afirmações titubeantes se seguiram afirmações do mais básico senso comum.
E a única medida concreta que foi anunciada — o estabelecimento de metas por ano de ensino —, nos termos em que foi feita e explicada, deixa-nos de boca aberta. Então, já não são as metas do ciclo de estudo que interessam? Já não se dá a possibilidade de um aluno recuperar num ano posterior aquilo que no ano anterior não obteve, desde que dentro do mesmo ciclo de estudos — teoria até agora tão acarinhada pelos políticos e pelos especialistas que dominam o Ministério da Educação? Ou voltamos à pedagogia por objectivos, mas numa versão light? E como se compatibilizam essas metas por ano de ensino com as não reprovações, de que a ministra se mostrou fã?
Ou seja, na única coisa em que desceu ao concreto, o resultado foi, no mínimo, confuso e decepcionante.
Conclusão de tudo isto: depois de um dia inteiro de negociações e depois de uma «Grande Entrevista» ficámos a saber o que não queríamos saber e acerca do que queríamos saber ainda nada sabemos.
Porquê, então, tanta boa disposição para com a senhora?
- ter apoiado e elogiado publicamente o mandato de Maria de Lurdes Rodrigues;
- ter aceitado ser ministra de José Sócrates.
Partindo do pressuposto de que ambos os comportamentos foram voluntários e não fruto de qualquer constrangimento ou interesse pessoal, a avaliação política de Isabel Alçada só pode ser má.
Ter apoiado, por livre e maturada decisão, aquela que considero ter sido a pior ministra(o) da Educação, desde o 25 de Abril, e ter aceitado trabalhar debaixo das orientações do primeiro-ministro mais arrogante, mais demagogo e menos qualificado para o cargo (para não falar nas trapalhadas em que permanentemente está envolvido), desde que temos, nesta República, governos constitucionais, são sinais de que não podem existir grandes expectativas relativamente ao seu desempenho.
Depois de tomar posse do cargo de ministra da Educação, o que já fez, objectivamente, Isabel Alçada?
Apenas, e também, duas coisas: decidiu (sem a oposição dos sindicatos, conforme ontem teve o cuidado de enfatizar) que este modelo de avaliação é para continuar até ao fim do seu primeiro ciclo; e prometeu diálogo e alterações.
Estas duas coisas são positivas? A primeira é uma decisão péssima, porque significa conivência objectiva com a institucionalização da monstruosa incompetência e da absoluta arbitrariedade do actual sistema de avaliação; e a segunda é uma decisão meramente formal, vazia de conteúdo. Que alterações vão ser feitas? Ninguém sabe. Que ideias há para o futuro? Ainda não disse.
A entrevista de ontem esclareceu alguma coisa? Não esclareceu nada, apenas reafirmou o que já se sabia. Para além disto e do sorriso permanente, nada de substantivo foi dito pela ministra, nem sequer em matéria específica de Educação. Houve mesmo momentos confrangedores em que a afirmações titubeantes se seguiram afirmações do mais básico senso comum.
E a única medida concreta que foi anunciada — o estabelecimento de metas por ano de ensino —, nos termos em que foi feita e explicada, deixa-nos de boca aberta. Então, já não são as metas do ciclo de estudo que interessam? Já não se dá a possibilidade de um aluno recuperar num ano posterior aquilo que no ano anterior não obteve, desde que dentro do mesmo ciclo de estudos — teoria até agora tão acarinhada pelos políticos e pelos especialistas que dominam o Ministério da Educação? Ou voltamos à pedagogia por objectivos, mas numa versão light? E como se compatibilizam essas metas por ano de ensino com as não reprovações, de que a ministra se mostrou fã?
Ou seja, na única coisa em que desceu ao concreto, o resultado foi, no mínimo, confuso e decepcionante.
Conclusão de tudo isto: depois de um dia inteiro de negociações e depois de uma «Grande Entrevista» ficámos a saber o que não queríamos saber e acerca do que queríamos saber ainda nada sabemos.
Porquê, então, tanta boa disposição para com a senhora?