Excerto de uma entrevista de Michel Onfray, filósofo francês, à revista Visão, aquando da apresentação, no Institut Franco-Portuguais, do seu livro A Potência de Existir - Manifesto Hedonista, editado pela Campo da Comunicação.
«Muita gente acha que um mundo sem Deus seria inimaginável, mesmo para quem não acredita nele.
Ao contrário, em nome de Deus é que se tem massacrado, destruído. Em nome de Deus fizeram-se cruzadas, numerosas guerras ou a Inquisição. Em nome de Alá, muitas pessoas atam explosivos ao corpo, para matar 20 ou 30 pessoas, às vezes crianças. Que eu saiba, o ateísmo nunca fez isso. Não conheço ninguém que tenha matado em nome do ateísmo. Há qualquer coisa que não é sã nessa relação do mundo com Deus.
Ora, se Deus não existe, como acredito, não é preciso uma moral fundada em termos de eternidade, não é preciso fabricar ilusões para que as pessoas possam viver juntas.
Mas porque diz que só um ateu é um homem livre?
Quando se vive sob o olhar de Deus, não se é livre. Quando se age em função de ser salvo ou condenado, de ficar eternamente no Paraíso ou no Inferno, vive-se na inquietação. Tudo o que acontece é por vontade ou por decisão de Deus. O ateu não age a pensar na vida depois da morte. Só quando Deus não existe é que o Homem é livre.»
Ao contrário, em nome de Deus é que se tem massacrado, destruído. Em nome de Deus fizeram-se cruzadas, numerosas guerras ou a Inquisição. Em nome de Alá, muitas pessoas atam explosivos ao corpo, para matar 20 ou 30 pessoas, às vezes crianças. Que eu saiba, o ateísmo nunca fez isso. Não conheço ninguém que tenha matado em nome do ateísmo. Há qualquer coisa que não é sã nessa relação do mundo com Deus.
Ora, se Deus não existe, como acredito, não é preciso uma moral fundada em termos de eternidade, não é preciso fabricar ilusões para que as pessoas possam viver juntas.
Mas porque diz que só um ateu é um homem livre?
Quando se vive sob o olhar de Deus, não se é livre. Quando se age em função de ser salvo ou condenado, de ficar eternamente no Paraíso ou no Inferno, vive-se na inquietação. Tudo o que acontece é por vontade ou por decisão de Deus. O ateu não age a pensar na vida depois da morte. Só quando Deus não existe é que o Homem é livre.»
Visão (26/03/09)