Do blogue do PROmova:
«A situação a seguir descrita merece ser divulgada publicamente e deve constituir uma peça de reflexão para aqueles que, por desconhecimento ou amarrados à fidelização política, defendem este modelo de avaliação dos professores à outrance, como é o caso, entre outros, de Vital Moreira. Os que consideram a necessidade de os professores serem avaliados com base num processo exigente e credível, não podem continuar a branquear as injustiças e as inconsistências que suportam este modelo de avaliação, pois quando o mesmo é implementado tende a gerar situações que o desacreditam por completo.Em contexto escolar, a avaliação é um processo que requer uma grande tecnicidade e garantias de imparcialidade, não podendo, como tal, ser deixada à discricionariedade pessoal e à precariedade de soluções esvaziadas de qualquer autoridade reconhecida.
Ao contrário de outros, os professores levam a avaliação, qualquer que ela seja, muito a sério e, como tal, não estão disponíveis para brincadeiras.
“Falemos da minha escola (...).
Dois docentes de EF (um do 2º ciclo outro do 3º) entregaram os OIs e pediram avaliação na componente científico-pedagógica. Ora, não havendo na escola nenhum docente titular nem sequer docente do quadro de escola do grupo de recrutamento destes dois, foram NOMEADOS avaliadores dos colegas dois docentes dos respectivos grupos de recrutamento, do 5º e 6º escalões (da antiga estrutura)!
Em resumo: dois professores do quadro de zona pedagógica do 5º e 6º escalões vão ser equiparados a titular durante o período de avaliação, vão auferir vencimentos como se de titulares se tratasse, ficam libertos da avaliação e ainda se podem candidatar às menções Muito Bom e Excelente!
Ora diz lá se não vale a pena haver nas escolas professores a entregarem OIs e a exigirem aulas assistidas???
Viva o oportunismo!”
Este relato (professor e escola devidamente identificados) é, absolutamente, escandaloso e deve ser objecto da mais ampla divulgação pública, pois exprime uma situação que tem, tanto de caricato, como de absurdo e de indigno.
O que está a acontecer nesta escola é bem a prova da acusação que temos vindo a fazer, de acordo com a qual este modelo de avaliação, além de inconsistente e injusto nos seus fundamentos, não goza de credibilidade e de seriedade.
É uma completa leviandade e irresponsabilidade desta equipa ministerial e deste Governo entregar a avaliação do desempenho dos professores (com repercussões nas suas colocações e nas suas carreiras) à casuística e à arbitrariedade de pessoas, cuja preparação e adequação para avaliar não foram objecto de rigoroso escrutínio, nem de formação, além de que nem a experiência da docência se verifica.
Nesta situação, nem sequer a farsa do concurso de acesso a professor titular pode ser invocada, pois trata-se de algo ainda mais grave, isto é, avaliadores pertencentes aos 5º e 6º escalões antigos (pasme-se!!!).
Os professores e as escolas não estão dispostos a brincar às avaliações, nem se deixarão envolver em processos de "faz de conta" que está implementada uma avaliação do desempenho.
À semelhança do que ocorreu com a lotaria dos titulares, cujos desempenhos de cargos não foram avaliados, da avaliação que as estruturas do ME (não) fizeram do software educativo que distribuíram às crianças, também nesta situação prevalece a falta de exigência e seriedade.
São estes os exemplos de avaliação que constituem o desígnio deste Governo?
Em matéria de rigor e credibilidade estamos entendidos!»