A consciência e a dor são forças que provocam a aceleração do pensamento. O esforço e o conflito que supõem essas forças conduzem-nos à necessidade de, como o cavalo, perante um abismo, nos aferrarmos a solo firme para descortinar o estado que, enviesado, nos traz a alucinação do presente.
Pára-me de repente o Pensamento...
- Como se de repente sofreado
Na Douda Correria... em que, levado...
- Anda em Busca... da Paz... do Esquecimento
- Pára Surpreso... Escrutador... Atento
Como pára... um Cavalo Alucinado
Ante um Abismo... ante seus pés rasgado...
- Pára... e Fica... e Demora-se um Momento...
Vem trazido na Douda Correria
Pára à beira do Abismo e se demora
E Mergulha na Noute, Escura e Fria
Um Olhas d'Aço, que na Noute explora...
- Mas a Espora da dor seu flanco estria...
- E Ele Galga... e Prossegue... sob a Espora!
Ângelo de Lima - 1900