O Governo de Sócrates acabou de declarar formalmente a sua incapacidade para resolver os problemas do país. O Governo de Sócrates acabou de declarar publicamente a sua incompetência. Pediu oficialmente à União Europeia que proceda ao resgate do nosso país.
Depois disto, se, em Portugal, a política ainda tivesse alguma ética, Sócrates renunciaria ao lugar de secretário-geral do PS e já não se recandidataria ao cargo de primeiro-ministro. E se o próprio assim não procedesse, como não vai proceder, seria o partido que deveria encarregar-se de lhe mostrar o caminho da saída. O PS ficaria livre para encetar um novo rumo e para procurar uma nova liderança, e nós, portugueses, ficaríamos livres da personagem que, ao fim de seis anos, nos conduziu à bancarrota e ao vexame internacional e impregnou o país da sua própria descredibilidade.
Todavia, nada disto vai suceder. Pelo contrário, vamos ser sujeitos a mais dois longos meses em que teremos de suportar a presença e o discurso de um político desmedidamente arrogante, vaidoso e orgulhoso, desequilibradamente egocêntrico e politicamente incompetente. São defeitos a mais para um homem, são chagas a mais para um país. Hoje, em qualquer lugar da Europa, somos desgraçadamente confundidos com o primeiro-ministro que temos. E esta nódoa vai demorar muitos anos a apagar.
Lamentavelmente esta é a realidade. E na ausência do bom senso e do pudor político que nos evitariam o pesadelo de termos de aguentar o nosso carrasco em campanha eleitoral, caberá aos portugueses decidir se querem ou não querem mais do mesmo. Se, por absurdo, os portugueses insistirem na mesma escolha, isso significará, então, que são merecedores do que têm.
Nessa circunstância, e como dizia Luís de Sttau Monteiro, a última coisa que nos vai restar será emigrar.
Nessa circunstância, e como dizia Luís de Sttau Monteiro, a última coisa que nos vai restar será emigrar.