NOITE DE OUTONO
Frio intenso: insectos volteiam em torno das luzes.
Eu fecho o shôji
E uma cara é reflectida, como a de um rebelde Taiping, enorme.
Sentando-me em silêncio, bebendo água açucarada,
Escrevo até tarde.
A minha veste, há muito posta de lado, cheira a antigamente.
Logo, um som solitário, de novo
Uma tosse de mulher que chega da vizinhança do espinheiro.
Abro o shôji para ver, mas nem uma alma; apenas
Como papel de prata
A plácida noite do outono, adormecida.
Tanaka Fuyju
(Trad.: José Alberto Oliveira)