Professores preparam regresso aos protestos
BE antecipa-se ao PCP e anuncia moção de censura para Março
Eleições: culpa foi da DGAI, da informática e dos eleitores
Público (11/2/11)
Apoio de Figo a Sócrates foi mesmo um negócio
Moção de censura: O 'número de Louçã' que enfureceu Jerónimo
Sol (11/2/11)
Ministro [da Administração Interna] rejeita pressões da oposição para se demitir
Público (12/2/11)
Passos manda calar partido e segura Governo
Subsidiaram colégios onde agora trabalham
— Ex-secretário de Estado e ex-diretor regional de Educação foram recrutados meses depois de terem aprovado financiamento —
Diretor-geral demitido desmente Rui Pereira
Expresso (12/2/11)
Paulo Machado diz que decisão de não informar eleitores foi colectiva
Directores escolares exigem suspensão imediata do processo de avaliação
Público (13/2/11)
Pelas explicações dadas, pelo ministro da Administração Interna e pela sua secretária de Estado, sobre a gravíssima situação ocorrida no dia das eleições presidenciais, em que muitos milhares de portugueses foram impossibilitados ou dificultados de exercer o seu direito de votar, ficamos a saber que:
1. A principal causa que explica o desastre ocorrido consistiu na não notificação dos eleitores, com cartão de cidadão, do seu número de eleitor.
2. Uns meses antes, um director-geral havia sugerido, por escrito, à senhora secretária de Estado da Administração Interna, que fosse desencadeado um processo de notificação desses eleitores.
3. A senhora secretária de Estado anuiu e até exarou uma ordem no sentido de que se procedesse a essa notificação.
4. Após a obtenção da autorização da senhora secretária de Estado, o director-geral, que havia sugerido que se procedesse à notificação, decidiu repentina, misteriosa e escondidamente, insubordinar-se e não enviar as notificações. E a senhora secretária de Estado só veio a ter conhecimento da insubordinação no próprio dia das eleições. E o ministro, segundo percebi, foi o último a saber.
Esta foi a história que ministro e secretária de Estado acharam conveniente e convincente ir contar ao Parlamento, sem se lembrarem de que os deputados, alguns, pelo menos, e os portugueses têm cérebro e de que muitos deles já passaram a idade de acreditar em histórias de encantar.
Como era de esperar, no dia seguinte, o tal director-geral (entretanto, já demissionário) veio desmentir a secretária de Estado e o ministro.
E agora? Agora, nada. Com os Governos de Sócrates, qualquer ocorrência, por mais extravagante e inaceitável que seja, é sempre tida como normal e inconsequente.
Na tarde de quinta-feira, Francisco Louçã anunciou que iria apresentar uma moção de censura ao Governo. Uns dias antes havia dito que apresentar, nesta altura, uma moção de censura era inútil e que aprovar uma moção de censura seria abrir as portas à direita, coisa que o BE nunca faria.
Quem fez estas afirmações deveria sentir-se ética e politicamente impedido de, dias depois, desdizer tudo o que havia afirmado. Quem, justamente, acusa Sócrates de permanentemente enganar os portugueses, de dizer hoje uma coisa e amanhã o seu contrário, não pode proceder do mesmo modo, não lhe pode imitar os métodos.
Naquela tarde de quinta-feira, Louçã igualou Sócrates, o que significa descer, ética e politicamente, ao fundo do poço.
Finalmente, há directores de escolas a acordar do torpor acrítico em que se encontravam e já reclamam o que é um imperativo exigido pela seriedade profissional: tem de ser colocado um imediato ponto final a este incompetente e absurdo processo de avaliação.