quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Às quartas

VIGÍLIA DE VERÃO

Um incandescente pulmão
espera no Norte pelo
cigarro do sol. O teu 
rosto adormecido parece
uma mensagem. Mas quem
a envia? Muito caminhámos
lado a lado
no inclinado caminho dos anos.
Por fim as pedras tornaram-se
em escuridão, mas o rosto
de um homem é mais claro que
o seu pensamento, o seu nome
mais profundo que a escuridão
dos sentimentos onde
está fechado. Agora
a noite é insensível ao dia.
Agora o teu sono é todo o crepúsculo
que resta.

Gösta Agren
(Trad.: José Agostinho Baptista)